Texto: 2 Crônicas 26.1-23
Introdução
Você conhece alguém que começou bem em sua vida, mas terminou mal?
O ideal é começar bem e terminar bem. Terrível é começar mal e terminar mal. Mas é melhor começar mal e terminar bem do que começar bem e terminar mal!
O Rei Uzias é um exemplo de alguém que começou bem no seu reinado, mas terminou mal.
Começou bem: Começou a reinar bem jovem, com dezesseis anos e tinha a aprovação popular para o seu reinado (v. 1); fortaleceu o controle de Judá ao erguer construções no importante golfo de Elote (v. 2); fez o que era reto perante o Senhor (v. 4); tinha um ótimo mentor espiritual, Zacarias (v. 5); buscou o Senhor e por isso Deus o fez prosperar (v. 5); foi vitorioso nas guerras e edificou cidades e guarnições em territórios inimigos (vs. 6,7); recebia tributos estrangeiros e obteve muita fama (v. 8); teve vários projetos de construção, foi chamado de amigo da agricultura (v. 9,10); teve muita abundância (v. 10); teve um grande exército de 307.500 homens altamente treinados e equipados inclusive com armamento exclusivo inventado pelos homens de Uzias (v. 11-15).
Terminou mal: Terminou seus dias leproso, morando sozinho, separado da família, dos amigos e excluído da Casa do Senhor.
Existe, em nossa vida, em nossa caminhada, a possibilidade real de começarmos bem e terminarmos muito mal.
O texto nos mostra algumas razões pelas quais alguém pode começar bem e terminar mal. A primeira razão que quero destacar é o orgulho.
I) Orgulho. (v. 16)
"16 Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para sua própria ruína..."
A prosperidade é um grande perigo; não estou dizendo que é um grande pecado, mas que é um grande perigo!
Dificilmente alguém se afasta de Deus por escassez, mas a prosperidade pode causar orgulho, soberba, espírito de superioridade, autossuficiência e autoconfiança.
O orgulho leva a pessoa a menosprezar os outros olhando-os de cima para baixo. Enquanto a humildade nos leva a reconhecer os nossos erros e as nossas limitações, o orgulho nos impede de reconhecer os nossos erros e a achar que somos infalíveis. O orgulhoso pensa que ele se basta, que não precisa de ninguém, que para chegar aonde está não existiram mentores ou facilitadores, e que para alcançar os resultados obtidos foi mérito individual e não de uma equipe. O orgulhoso não quer ninguém ao seu lado, mas abaixo dele, quer ter as pessoas comendo na sua mão.
O sucesso é um grande perigo. Davi caiu em pecado de adultério no momento de maior prosperidade e sucesso de seu reinado!
Uzias se esqueceu de que tudo o que conquistou foi lhe dado pelo Senhor quando humildemente o buscou.
Jamais podemos nos esquecer de que tudo o que somos, temos e viermos a ter, provém do Senhor nosso Deus.
O orgulho pode se manifestar sutilmente em nossas vidas. Certas atitudes como a nossa frequência aos cultos, nossa atitude nos cultos, nossa obediência à Palavra de Deus, nossa linguagem, podem demonstrar se realmente dependemos do Senhor ou se só dizemos isso da boca para fora. Vigiemos!
O texto diz: “… exaltou-se o seu coração para sua própria ruína …” (V.16) Quando você vê alguém se exaltando, fique atento, a ruína é uma questão de tempo! Está escrito: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda." (Pv 16:18)
Deus abomina os orgulhosos, mas dá graça aos humildes.
“Embora esteja nas alturas, o Senhor olha para os humildes, e de longe reconhece os arrogantes.” (Sl 138:6)
“E assim diz o Soberano, o Senhor: Tire o turbante e a coroa. Não será como antes - os humildes serão exaltados, e os exaltados serão humilhados.” (Ez 21:26)
“Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes.” (Tg 4:6)
Temos dado lugar ao orgulho e nos afastado do Senhor, ou temos sido humildes, quebrantados e nos aproximado dele?
A segunda razão que quero destacar é o pecado.
II) Pecado. (v. 16)
O texto diz: “(…) cometeu transgressões contra o Senhor (…)”
Quando uma pessoa permite que o pecado entre em sua vida, certamente terminará mal, mesmo que tenha começado bem!
O pecado nos embaraça, nos impede de correr, de avançar, nos limita, nos paralisa.
"Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta." (Hb 12:1)
O pecado nos afasta de Deus. "Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça." (Is 59:2)
O pecado é uma fonte de ruína em todas as áreas da nossa vida: espiritual, financeira, familiar, saúde, emocional.
Seja sincero: Você tem buscado se santificar diante do Senhor ou tem dado lugar ao pecado em sua vida?
A terceira razão que quero destacar é se colocar acima da Palavra de Deus.
III) Se colocar acima da Palavra de Deus. (v. 16)
"(...) e transgrediu contra o SENHOR seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso.
Uzias chegou ao ponto de querer se colocar acima da Palavra de Deus, acima da Lei de Deus, ao querer queimar incenso no templo, tarefa que competia somente aos sacerdotes. (v. 16)
Ninguém pode se colocar acima da Palavra de Deus, acima dos princípios estabelecidos por Deus em sua Palavra, pois todos os que assim agiram sofreram consequências.
Não é porque Uzias ou Davi eram reis, que poderiam se colocar acima da Palavra de Deus. Não é porque o Senhor me constituiu Pastor ou Apóstolo que eu posso acrescentar, excluir ou revogar o que Ele estabeleceu na sua Palavra. Existem limites a serem observados, a serem respeitados.
O próprio Jesus disse que não veio revogar a Lei, mas cumprir. (Mt 5:17) Se Deus diz que nós não podemos nos colocar debaixo de um jugo desigual, quem sou eu para abrir uma concessão para que você se case com um descrente? (II Co 6:14) Se o Senhor estabeleceu que o dízimo é 10% quem sou eu para mudar o que por Ele foi determinado?
Se nos colocarmos acima da Palavra, acima dos princípios estabelecidos por Deus, sofreremos as consequências, não importa quão importantes sejamos!
“Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro.” (Ap 22:18-19)
A quarta razão que quero destacar é não se deixar confrontar.
IV) Não se deixar confrontar. (v. 17-19)
"17 Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, e com ele oitenta sacerdotes do SENHOR, homens valentes.
18 E resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para queimar incenso; sai do santuário, porque transgrediste; e não será isto para honra tua da parte do SENHOR Deus.
19 Então Uzias se indignou; e tinha o incensário na sua mão para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu à testa perante os sacerdotes, na casa do SENHOR, junto ao altar do incenso."
Enquanto Uzias se acercou de uma pessoa sábia e se deixou aconselhar e confrontar, Deus o fez prosperar. (v. 5)
Com o passar do tempo, provavelmente Zacarias morreu e Uzias se deixou levar pelo ativismo, afinal tinha grandes construções a realizar, obras para tocar, cidades a construir, guerras para guerrear, um grande exército para liderar e por isso já não tinha mais tempo para buscar ao Senhor ou ouvir os seus profetas!
Com o passar do tempo, Uzias foi se isolando cada vez mais e possivelmente não procurou um novo mentor ou novos mentores para serem seus conselheiros, para o confrontarem quando necessário fosse. Temos que tomar muito cuidado com o isolamento. "Aquele que se isola busca o seu próprio interesse; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria." (Pv 18.1)
Quando nos afastamos dos nossos mentores e conselheiros, somos cercados pelos bajuladores.
Uzias chegou a um ponto em que não se deixava mais confrontar. Tinha no seu reino homens dignos, que seriam ótimos conselheiros, “… homens da maior firmeza…” (v. 17), mas não deu atenção a eles(os quais representavam o próprio Deus)!
Você ainda permite que Deus te confronte através da Sua Palavra, através de uma pessoa (séria e espiritual), através de uma pregação?
Conclusão
A consequência dos erros de Uzias foi que ele terminou sua vida solitário por causa da lepra.
Solitário: Longe da família, longe de amigos, e pior, longe do templo do Senhor, o que significava estar longe da presença de Deus, da comunhão com o Senhor!
Leproso: Doente no corpo e na alma. Para nós hoje, pode representar uma lepra espiritual.
Se não queremos acabar mal, solitários e espiritualmente leprosos, aprendamos com o exemplo de Uzias e evitemos os erros que ele cometeu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário