"Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em
sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para
o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava
graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer." (Dn 6:10)
O Reino de Deus é um
Reino de conquistas. Isso significa que teremos muitas batalhas, e das mais
variadas formas. Porém, há uma Canaã que pertence a cada um de nós. Lá
desfrutaremos do leite e do mel que representam a provisão. No entanto, temos
visto que gigantes sempre se levantarão para tentar nos impedir de herdarmos as
mais copiosas bênçãos. Nossa atitude deve ser dirigida por Deus e baseada numa
postura espiritual e não apenas mental. Por isso não podemos
pensar que estamos ausentes das lutas espirituais. Onde quer que estejamos
plantados, teremos que guerrear. Devemos manter nossa postura em linha com a
Palavra para estabelecermos o Reino de Deus.
Daniel utilizou, discretamente, armas
poderosíssimas que foram altamente eficazes e tiveram efeitos letais sobre os
seus inimigos. Como cordeirinho, passeava pelo palácio, mas como gigante de
Deus, utilizava verdadeiros arsenais, tais como: intercessão, sabedoria e
conhecimento. Ele desfrutou de grandes vitórias entrando para a galeria da
fé citada em Hebreus e fazendo parte dos profetas maiores do Antigo Testamento.
Vejamos com mais detalhes as armas usadas por
Daniel:
1.
Intercessão
Daniel foi um homem que
entendeu que os grandes gigantes que se levantam em nossas vidas podem cair ao
toque de nossas intercessões. Ele descobriu que encontrava as estratégias
para a conquista, na estrada que leva ao Trono de Deus. Ele orava
constantemente. Quando os seus inimigos quiseram montar um esquema para
destruí-lo, tentaram utilizar o próprio ato da oração como arma para
incriminá-lo (Dn 6:13). Mas como pode alguém destruir aqueles que estão em
intercessão debaixo das asas do Altíssimo? Isto é impossível.
Daniel orava três vezes ao dia, clamava aos pés
do Senhor, orava pelas conquistas daquele reino e pela sobrevivência de seu
povo (Dn 6:10). Ele deteve os principados que habitam nas regiões celestiais,
apenas pelo poder da oração (Dn 10:11-14). Quando orava, movia a mão de Deus
e movimentava os anjos que lutavam as suas guerras e traziam vitórias. Daniel
viu o futuro e conheceu os projetos de Deus, porque sabia esperar em oração
pela vitória diante do Altíssimo (Dn 11 e 12).
Quando seus inimigos se levantarem, lembre-se
de Daniel que tinha a oração como arma de defesa e de ataque. Nunca seremos um
valente de Deus se não tivermos o hábito de orar, de buscar o conselho de Deus,
de esperar em Sua presença e de receber o livramento. A oração move a mão de
Deus. Os valentes recebem força para a guerra no momento da intercessão, porque
é nesta hora que o Senhor se levanta como poderoso Guibor para tomar as nossas
causas e nos dar a conquista (Ex 15:3).
2.
Sabedoria
Daniel foi um homem cheio de sabedoria. Não
podemos realizar conquistas firmes e grandiosas se não formos sábios. O temor
do Senhor é o princípio da sabedoria, somente os loucos a desprezam (Pv 1:7).
Daniel tinha livre acesso aos palácios por causa da sabedoria que habitava
nele.
Muitas vezes, estamos sendo derrotados pelos
gigantes malditos que adentram na nossa má administração porque não tomamos
decisões debaixo de sábio conselho. Há guerreiros que vão à batalha e não pedem
conselhos, pois são cheios de orgulho. Isso é tolice (Pv 15:22). O homem sábio
pede e sabe ouvir conselhos. O homem que tem sabedoria sabe como falar, a hora
em que deve falar e como se posicionar diante do inimigo.
A sabedoria é um dom de Deus e Ele a dá
liberalmente a todos que a pedem. "Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a
Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada" (Tg.
1:5). A sabedoria é melhor do que a força. Ser um valente de Deus
não significa que precisamos ter força em nossos músculos, nem que devemos
rilhar os dentes para fazer calar o inimigo. É a sabedoria que vai enfraquecer
os estratagemas dos gigantes que se levantam contra nós. Alcançaremos o pódio
da vitória e nos alegraremos, pois, todo o valente de Deus aprende a tornar-se
um homem sábio.
3.
Conhecimento
Daniel era um homem de oração, homem sábio e
também tinha conhecimento. Daniel era inteligente, foi colocado entre os sábios
do reino - homens versados em toda cultura e conhecimento da época (Dn
1:17). A guerra que Daniel enfrentava
todos os dias contra os inimigos de Deus era diplomática e envolvia poderes
místicos e filosóficos daqueles tempos.
Os crentes do mundo inteiro têm vivido dias
semelhantes aos que Daniel enfrentou. Estamos em uma guerra em que os filhos
das trevas invadem os nossos lares e tentam estabelecer os seus impérios através
da mídia, conquistam cargos importantes através das fraudes e estabelecem seus
reinos pela falsidade ideológica. O conhecimento é importante para todo
guerreiro de Deus, pois servirá de arma contra essas ciladas.
Devemos buscar na Palavra de Deus a fonte de
sabedoria para conhecermos aquilo que se encontra à nossa disposição. A Bíblia
é o manual de guerra de todo crente. Assim, devemos ter conhecimento da
Palavra, não apenas aleatoriamente, mas profundamente, para não sermos iludidos
pelo inimigo.
No momento da tentação, Jesus venceu Satanás
através da Palavra. Ele pôde citar a Bíblia porque a conhecia. Não estamos
falando de conhecimento superficial da Bíblia, ou do que ouvimos o pastor
pregar no domingo passado e que talvez, na hora da necessidade lembremos. Não!
O conhecimento deve ser mais aprofundado, consciente e ponderado. Daniel fez um
uso muito adequado do conhecimento e colheu os frutos da sua competência.
Uma história de conquista não se dá por acaso.
Ela é resultado de algo conquistado proporcionalmente, no tempo próprio e
debaixo de determinação. Daniel era um homem valente, mas tinha a mansidão de
um cordeiro. Porém, mesmo sendo um cordeiro, não foi devorado pelos leões,
porque a bênção do Senhor repousava sobre ele.
Nem mesmo o poderio dos reis da terra foi
suficiente para remover um ungido do Senhor. Isto fala diretamente sobre a
necessidade de termos nEle a nossa convicção, de partirmos para a guerra com as
estratégias que dEle recebemos, de aplicarmos a intercessão para quebrar as cadeias,
de agirmos com sabedoria e conhecimento para assim desfrutarmos do melhor do
Reino de Deus.
Avance! Você é um valente guerreiro de Deus.
Agora, não esqueça das suas armas! A vitória é sua.