MATEUS 18. 21,22 Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas
vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?
Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas,
até setenta vezes sete.
Filemom
1. 1-19
1. Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão
Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador,
2. E à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está
em tua casa:
3. Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
4. Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações;
5. Ouvindo do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e
para com todos os santos;
6. Para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o
bem que em vós há por Cristo Jesus.
7. Porque temos grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó
irmão, as entranhas dos santos foram recreadas.
8. Por isso, ainda que tenha em Cristo grande
confiança para te mandar o que te convém,
9. Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal
como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
10. Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas
minhas prisões;
11. O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a
ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
12. E tu torna a recebê-lo como às minhas
entranhas.
13. Eu bem o quisera conservar comigo, para que por
ti me servisse nas prisões do evangelho;
14. Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que
o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário.
15. Porque bem pode ser que ele se tenha separado
de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre,
16. Não já como servo, antes, mais do que servo,
como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne
como no Senhor?
17. Assim, pois, se me tens por
companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
18. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma
coisa, põe isso à minha conta.
19. Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o
pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.
Imagine
que você tenha uma pessoa trabalhando em sua casa e essa pessoa te rouba e
foge.
Depois de
um tempo, essa pessoa chega em sua porta com um irmão em Cristo ao seu lado e
com uma carta em suas mãos.
A carta é
do pastor que ministrou salvação para você e que agora vive em outra cidade.
E nesta
carta o pastor está dizendo que aquele que tinha te roubado nasceu de novo,
mudou de vida e ele intercede pela vida desta pessoa a você pedindo: perdoe e
receba-o como um irmão muito precioso em Cristo e se ele deve alguma coisa a
você, eu pagarei!
O que
você faria? Quais sentimentos viriam em você? Como seria a expressão
de sua face?
Esta
desafiadora situação é pano de fundo da carta de Paulo a Filemom e podemos
aprender muito com esta pequena mas profunda carta.
Paulo
estava preso em Roma, provavelmente em prisão domiciliar, quando escreve sua
carta a Filemom, que era cristão e amo ou dono de escravos. E sua casa situava-se em Colossos, cidade da parte
sudoeste da Ásia Menor, e servia de
local de reunião para a congregação de cristãos naquela região.
Filemom,
sua esposa e seu filho eram cristãos de Colossos que foram salvos através do
ministério do apóstolo Paulo. Tornou-se um cristão exemplar, cheio de amor e
fé para com Deus e com os irmãos.
A igreja
se reunia em sua casa e ele era o tipo de crente que trazia ânimo ao coração
dos irmãos; dando razão ao significado de seu nome: aquele que ama ou aquele
que beija.
Nesta
época, a escravidão estava disseminada no império romano. E, aproximadamente
1/3 (ou mais) da população era de escravos.
Filemom
tinha um escravo chamado Onésimo que em determinado dia roubou-o e fugiu para
Roma.
De alguma
forma, Onésimo conheceu Paulo e através da pregação do Evangelho, se converteu
e tornou-se um cristão exemplar.
Posso
imaginar que em determinado momento Onésimo começou a contar sua história e,
então, Paulo descobre que o patrão de Onésimo, a quem tinha roubado, era
Filemom, também fruto de seu ministério.
Surge
então a ideia de Onésimo voltar para a casa de Filemom e Paulo intermedia a
conversa para que tudo corra bem.
Podemos
aprender lições preciosas a respeito da vida cristã com algumas atitudes de
Paulo.
1 - A
prisão (a circunstância) não o aprisionava.
Fm 10 –
sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre
algemas.
Nossa
tendência nos momentos circunstanciais é focarmos em nós mesmos. Ao invés de
reclamarmos dos problemas, precisamos levantar a cabeça e olharmos para o lado!
Existem pessoas precisando de nós.
O
apóstolo Paulo estava preso, mas mesmo assim manteve o foco em seu chamado. A
sua convicção em relação a sua própria vida era a chave de seu sucesso
ministerial:
At 20.24
– Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto
que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para
testemunhar o evangelho da graça de Deus.
Não
existia nada mais precioso para Paulo do que completar a carreira proposta por
Jesus para ele.
2 - Sua
posição nem a experiência lhe deixaram soberbo.
Fm 8-9 –
Pois bem, ainda que eu sinta plena liberdade em Cristo para te ordenar
o que convém, prefiro, todavia, solicitar em nome do amor, sendo o que sou,
Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus;
Fm 13-14
– Eu queria conservá-lo comigo mesmo para, em teu lugar, me servir nas algemas
que carrego por causa do evangelho; nada, porém, quis fazer sem o teu
consentimento, para que a tua bondade não venha a ser como que por obrigação,
mas de livre vontade.
Em alguns
momentos de sua carreira ministerial, Paulo foi mais rígido em suas palavras e
decisões. Mas se tratava basicamente de dois tipos de pessoas: falsos profetas
e crentes carnais.
Filemom
não era um crente carnal. Era alguém dedicado ao Senhor, comprometido com Paulo
e amoroso com os irmãos. Tanto que Paulo afirma em sua carta que sua
expectativa era que Filemom fizesse algo ainda maior do que Paulo estava
pedindo.
Paulo não
tinha dúvidas de que estava fazendo a coisa certa ao direcionar Filemom a
receber Onésimo de volta e perdoá-lo. Além disso, Paulo era aquele que tinha
pregado o Evangelho a Filemom e levado salvação a ele e sua casa. E, ainda,
tratava-se da máxima autoridade hierárquica da congregação que Filemom fazia
parte.
Mesmo com
todo esse currículo, Paulo manteve-se no amor. Paulo respeitou Filemom e
deixou-o livre para tomar sua decisão em relação a Onésimo.
Paulo
demonstra que até o final de sua carreira ele manteve a humildade em seu
coração.
Siga o
exemplo de Paulo e não permita que sua posição hierárquica ou seu profundo
conhecimento façam de você alguém soberbo. Saiba identificar os falsos
profetas, crentes carnais e crentes espirituais e tenha sabedoria para lidar
com cada uma destas pessoas.
3 -
Olhar antes e depois do novo nascimento
Fm 11 –
Ele antes, te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim.
Onésimo
significa útil. Paulo faz esse jogo de palavras com o nome do antes escravo,
agora livre em Cristo Jesus.
Nasceu
para ser útil, tornou-se inútil, mas agora, depois do novo nascimento, voltou a
seu propósito de vida: ser alguém útil.
Ao falar
da mudança da vida de Onésimo, Paulo demonstra que houve um verdadeiro
arrependimento. Era possível encontrar frutos de arrependimento na vida de
Onésimo.
Fm 15-16
– Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, a fim de que
o recebas para sempre, não como escravo; antes, muito acima de escravo,
como irmão caríssimo, especialmente de mim e, com maior razão, de ti,
quer na carne, quer no Senhor. Se, portanto, me consideras companheiro,
recebe-o, como se fosse a mim mesmo.
Paulo nos
ensina a investir em vidas que demonstram frutos de arrependimento. Pessoas que
demonstram querer mudar. Isso não significa que já tenham mudado tudo o que é
necessário, mas que um caminho já esteja sendo percorrido.
Ele nos
ensina que vale a pena acreditar nas pessoas! E, além disso, não trazermos
sobre a vida das pessoas o peso dos erros do passado, mas perdoarmos e focarmos
no futuro.
4
- Amor verdadeiro
Fm
18-19 – E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em minha
conta. Eu, Paulo, de próprio punho, o escrevo: Eu pagarei – para não te alegar
que também tu me deves até a ti mesmo.
Paulo
conhecia a história, sabia o que Onésimo tinha feito, e diante da mudança da
vida de Onésimo, percebe que era possível estabelecer uma aliança com ele.
O
compromisso que Paulo faz e que lemos nos versículos citados acima é muito
sério e comprometedor. É o tipo de compromisso que só é possível quando o amor
de Deus está envolvido.
Por outro
lado, é importante ressaltar que Paulo só fez tal aliança quando viu os frutos
de arrependimento na vida de Onésimo.
Paulo já
tinha pregado o Evangelho para Onésimo, levado salvação a ele, discipulado e
pastoreado, mas decidiu ir além! Paulo fez da vida de Onésimo a sua própria
vida. Se doou por inteiro, fez uma aliança com Onésimo dizendo: teus prejuízos
são meus prejuízos também.
Nós,
igreja, somos um corpo e pensando como um corpo, para nós não cabe a frase: “eu não tenho nada a ver com isso”. A dor do
nosso irmão deve ser também nossa dor – chorai com os que choram. Assim como a
alegria do nosso irmão deve ser também nossa alegria – alegrai-vos com quem se
alegra.
Paulo ter
feito o que fez já é para nós um exemplo a ser seguido.
Mas não
devemos ter tais atitudes apenas porque Paulo fez por Onésimo, mas porque Jesus
fez as mesmas coisas por cada um de nós.
A
prisão não o aprisionou.
Ef 4.8-9
– Quando Ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos
homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido às regiões
inferiores da terra?
Sua a
posição não lhe deixou soberbo.
Mt 20.28
– tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate de muitos.
Fp 2.5-8
– Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança
de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte e morte de cruz.
Ele soube
olhar para alguém antes e depois do novo nascimento
Rm 8.1 –
Agora, pois, já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.
Amou
verdadeiramente
Jo 3.16 –
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
2 Co 5.21
– Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós, para que Nele
fossemos feitos a justiça de Deus.
Gl 3.13 –
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em
nosso lugar (porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado em
madeiro).
Guarde e
pratique estes exemplos em sua vida cristã:
- Não deixe que as
circunstâncias te paralisem
- Não deixe que o conhecimento
ou as posições te ensoberbeçam
- Não deixe que o passado de
uma pessoa te prejudique de ver o lindo futuro que Deus tem para ela.
- Não deixe de amar as pessoas verdadeiramente