Há muitos que têm uma visão parcial
ou distorcida de Deus e por isso não se relacionam adequadamente com Ele.
Porém, diante da visão correta de quem Ele é, é impossível não mudar de vida.
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.”
Isaías 6:1.
O ponto central do testemunho de
Isaías nesta passagem é esta afirmação: “eu vi o Senhor”. É a partir da visão que tem
de Deus que esse homem sai do cenário obscuro e de morte em que se encontrava
para lançar-se ao ministério profético e falar, da parte de Deus, aos homens.
O Isaías que entra nesta cena não é o
mesmo que sai. Antes de ver o Senhor, Isaías é um homem triste e inseguro (“no ano em que morreu o rei...”),
culpado (“estou perdido, sou homem de lábios impuros...”)
e negativo (“habito no meio de um povo de impuros lábios”).
Mas a partir desse encontro, dessa revelação, ele se torna um profeta, alguém
com sentido e missão na vida.
A visão que um homem tem de Deus determina sua história. Foi por isso que Jesus num
determinado momento perguntou aos seus discípulos: “Quem dizeis que eu sou?”.
Enquanto a imagem que eles tinham se baseasse em especulações humanas e não em
revelação, eles não estariam habilitados para crescer.
Há muitos que têm uma visão parcial ou
distorcida de Deus e por isso não se relacionam adequadamente com Ele. Porém,
diante da visão correta de quem Ele é, é impossível
não mudar de vida.
Quem é o Deus revelado a Isaías que mudou os rumos de sua existência?
Em primeiro lugar, ele viu um Deus que governa soberanamente. Suas palavras são: “eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”.
O aspecto mais decisivo da revelação
de Deus na vida de um ser humano é o seu senhorio. Ele se assenta no mais alto
trono do universo! Essa visão, perdida por Adão no Éden, precisa ser recuperada
para que voltemos ao eixo. Ele é Senhor!
Como diz o apóstolo Paulo em Romanos 14:9 - "foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e
ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos".
Ao ressuscitar, Jesus tinha uma
declaração a fazer e dela nasce a missão de todo crente: "Jesus,
aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:18).
É a partir do reconhecimento da
autoridade absoluta de Cristo sobre todas as coisas e, inclusive, sobre nossa
vida e vontade, que podemos começar um relacionamento adequando com Ele.
Quando Isaías teve sua experiência,
ele viu um Deus capaz de encher todos os espaços – “e as abas de suas vestes enchiam o templo”
– O Senhor que pode transformar nossa vida e dar-lhe sentido não um deus
acessório, que acrescentamos como um detalhe aos muitos outros interesses de
nosso coração. Ele é um Deus que enche tudo, que ocupa todos os espaços do
templo que somos nós, que se espalha com seu reino e vontade sobre todas as
áreas da nossa vida, sem que lhe imponhamos reservas.
Além disso, o verdadeiro Deus que
precisamos enxergar é um Deus Santíssimo. Isaías percebeu serafins e aqueles
seres celestiais só tinham um assunto: “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo,
Santo”... A santidade de Deus
precisa confrontar o nosso pecado. Sem a visão de suas vestes alvíssimas, de
sua pureza inegociável, o homem tentará fazer dEle um bonachão, cúmplice dos
seus pecados. Ele, porém, é Santo e diante de sua santidade nós temos que
mudar, que converter-nos. Como diz o Salmo 96:9, "Adorai o Senhor na beleza da sua
santidade; tremei diante dele, todas as terras".
Isaías viu também um Deus que comanda
uma guerra. Conforme a palavra dos serafins em sua visão, Ele “é o Senhor dos
Exércitos”.
É importante entendermos que o Senhor
tem um inimigo, comandante de um império de rebelião. Por isso Ele se levanta e
revela como Yaweh Tsabaah, o Senhor dos Exércitos. Sem o entendimento de que a
vida cristã é uma constante guerra, de que há um inimigo a vencer e um
“general” a obedecer, nos tornamos passivos e tímidos. Enxergá-lo no comando de
suas miríades nos coloca no exercício de uma missão de conquista.
Finalmente, Isaías enxergou que Yaweh
é um Deus cujo coração está voltado para o nosso planeta; A proclamação
angelical em sua visão dizia: “toda a terra está cheia da sua glória” .
Apesar de assentar-se no trono de um universo infinito, o Deus que se revela a
Isaías escolheu a Terra como centro de suas atenções. Ele faz a glória do seu
rosto brilhar sobre ela por um simples motivo: Ele ama gente! E é por isso que
quando Isaías consegue ouvir a voz daquele a quem está vendo, as palavras são: “a quem
enviarei, quem irá por nós?” E
sua resposta não poderia ser outra, diante da grande revelação que estava
tendo. Então, ele diz: “Eis me aqui, Senhor. Envia-me a mim”.
Tomara que eu e você consigamos ver
Deus como Ele é. Se isso acontecer, nossa vida ganhará propósito e missão.
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