Santidade
é o atributo básico de Deus; é a glória, o esplendor e a harmonia de todas as
suas outras perfeições.
MATEUS
12.33-35.
MATEUS 7.
18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.
A SANTIDADE FALSA E A
VERDADEIRA
Enquanto a palavra santidade
significa "ser reservado, separado", uma possível interpretação
da raiz da palavra hebraica para santidade é: "ser resplandecente;
limpo, novo ; imaculado".
A santidade produz
separação do pecado, porém a simples separação do pecado não pode produzir a
santidade. Não é a ausência do pecado que produz a nossa santificação; a
santidade vem da presença de Deus. Você pode evitar "tocar
o que é impuro", mas, se não estiver unido pelo amor à paternidade
de Deus, jamais conhecerá a verdadeira santidade; tudo o que terá será
religião.
Cristo em nós é a nossa
santidade, pois, quanto mais próximo for o nosso relacionamento com ele, mais refletiremos
a sua santidade.
Entretanto, o
que quer que você pense ser a santidade, lembre-se disso: Jesus foi o homem
mais santo que jamais viveu; apesar disso, ele era totalmente desprovido de
religiosidade. O que é "religiosidade"?
É uma postura que
salienta a forma e o ritual como um padrão de justiça, acima da posição de um
coração puro. Os fariseus são um exemplo de religiosidade.
Mas antes que passemos
afobadamente a julgar os fariseus, um breve estudo de suas origens nos ajudará
a evitar as suas ciladas. A seita dos fariseus nasceu após as guerras dos
macabeus.
Portanto, para
compreendermos os fariseus, devemos ter informações a respeito dos macabeus.
Os macabeus
eram uma família de sacerdotes ortodoxos, leais à lei mosaica, que lutaram bravamente
em várias oportunidades contra as influências pagãs e a ocupação de Israel.
Os fariseus foram os
sucessores sacerdotais dos macabeus, e por um período aproximado de duzentos
anos eles sustentaram os altos padrões dos ideais macabeus de separação do
paganismo. Na verdade, até mesmo o nome fariseu significa "o separado".
Até a época
imediatamente anterior ao nascimento de Cristo, os fariseus eram normalmente os
mais nobres homens em Israel. Eram íntegros, corajosos e foram, em certas
ocasiões, martirizados por causa da sua fé. Eram os aparentes herdeiros do
reino de Deus.
Mas, como
qualquer seita onde a ênfase religiosa não é a compaixão
e o amor de Deus, o conceito fariseu de separação acabou por torná-los
altivos e hipócritas em relação aos outros.
Apesar de interagirem superficialmente com o
restante da sociedade judaica, seus hábitos e vestuário os mantiveram
afastados de seus irmãos, uma vez que se consideravam por demais santos para se
envolverem com os aspectos comuns da vida diária.
Quanto a
determinados aspectos da lei, os fariseus guardavam o sábado, dizimavam até
mesmo de seu jardim de ervas e atavam seus filactérios (pequenas caixas com
versículos das Escrituras) à sua testa e pulsos estritamente de acordo com o
mandamento mosaico (Dt 6.8 Também as atarás
por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; ).
Apesar disso, os fariseus negligenciavam os aspectos mais importantes da lei:
justiça, misericórdia e fidelidade (Mt 23.23). À época do nascimento de
Cristo, os fariseus eram orgulhosos de sua imagem e das honras proporcionadas a
eles enquanto membros do clero.
Para ilustrar o
quanto tinham se tornado cheios de si, vamos considerar a época do nascimento
de Cristo. Sua indiferença com este grandioso acontecimento indica quão
distantes estavam de Deus e quão preocupados com sua religião.
Onde
estavam os fariseus quando Cristo nasceu?
Um refulgente astro
semelhante a uma estrela ergueu-se no leste e, dia após dia, se aproximava de
Jerusalém. Ao mesmo tempo que esse astro pairava brilhando sobre a cidade, uma
grande caravana que havia seguido a estrela desde a Caldéia entra na cidade.
Pelos portões de Jerusalém chegam os principais astrólogos da Caldéia: os magos.
As Escrituras nos dizem
que "o rei Herodes [...] ficou perturbado, e com ele toda Jerusalém"
(Mt 2.3), principalmente com a declaração do sábio: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos
a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo" (v. 2).
A Bíblia
explica de forma detalhada que Herodes perguntou a todos os chefes dos
sacerdotes e escribas quanto ao local do nascimento do Messias — foram
fariseus que lhe informaram: "Belém". Cristo, a esperança de Israel, aquele
a respeito de quem Moisés escrevera, havia nascido — e mesmo os céus
confirmavam a ocasião com o aparecimento da "estrela". Apesar disso, os
fariseus nem ao menos investigaram, ainda que Belém ficasse a apenas nove
quilômetros de distância aproximadamente!
Os magos, que
eram pagãos de nascimento, viajaram por mais de mil duzentos e oitenta
quilómetros aproximadamente através de desertos e a um alto custo, enfrentando
perigos para satisfazer o desejo de adorá-lo (Mt 2.2)! Os fariseus, por
outro lado, que conheciam as Escrituras e eram os herdeiros da lei de Moisés,
não demonstraram nenhum interesse nem enviaram nenhuma delegação, embora
pudessem ter andado até o local do nascimento de Cristo em menos de três horas.
Quão
insensíveis permaneceram os fariseus em sua atitude hipócrita! Como resistiram
ao Espírito de Deus sem qualquer temor! Eles se apegaram resolutamente a suas tradições;
como mantiveram cuidadosamente a sua imagem!
Preste bem atenção: na noite em que crucificaram Cristo, eles
se recusaram a entrar no pretório romano "para evitar contaminação" (Jo
18.28).
Preservavam os
detalhes da lei ao mesmo tempo que crucificavam quem lhes havia dado a lei!
Esta era a sua
religiosidade: firmavam-se em suas doutrinas em vez de
se firmarem em Deus. Amavam mais as orações
audíveis dos homens que a aprovação do Todo-Poderoso. Julgavam que
conhecer as Escrituras era mais importante do que vivê-las. Resumindo, eles
agiam como agem muitos cristãos hoje em dia: mais
preocupados com a religião do que realmente em seguir a Jesus.
Portanto, antes
de julgarmos severamente os fariseus, vamos nos avaliar: como nos comparamos em
termos de justiça, misericórdia e fidelidade? Quão misericordiosos somos ao nos
preocuparmos com os necessitados e ao nos dedicarmos a ver o pecador
transformado? De fato, Jesus nos advertiu de que se a nossa retidão não
excedesse a dos fariseus não poderíamos entrar no reino dos céus (Mt 5.20 Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a
dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.).
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