terça-feira, 9 de agosto de 2016

A santidade é uma árvore repleta de frutos

 A SANTIDADE É UMA ARVORE REPLETA DE FRUTOS

Santidade é o atributo básico de Deus; é a glória, o esplendor e a harmonia de todas as suas outras perfeições.
MATEUS 12.33-35.
MATEUS 7.
18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.

A SANTIDADE FALSA E A VERDADEIRA

Enquanto a palavra santidade significa "ser reservado, separado", uma possível interpretação da raiz da palavra hebraica para santidade é: "ser resplandecente; limpo, novo ; imaculado".
A santidade produz separação do pecado, porém a simples separação do pecado não pode produzir a santidade. Não é a ausência do pecado que pro­duz a nossa santificação; a santidade vem da presença de Deus. Você pode evitar "tocar o que é impuro", mas, se não estiver unido pelo amor à paternidade de Deus, jamais conhecerá a verdadeira santida­de; tudo o que terá será religião.
Cristo em nós é a nossa santidade, pois, quanto mais próximo for o nosso relacionamento com ele, mais refletiremos a sua santidade.
         Entretanto, o que quer que você pense ser a santidade, lembre-se disso: Jesus foi o homem mais santo que jamais viveu; apesar disso, ele era totalmente desprovido de religiosidade. O que é "religiosida­de"?
É uma postura que salienta a forma e o ritual como um padrão de justiça, acima da posição de um coração puro. Os fariseus são um exemplo de religiosidade.
Mas antes que passemos afobadamente a julgar os fariseus, um breve estudo de suas origens nos ajudará a evitar as suas ciladas. A seita dos fariseus nasceu após as guerras dos macabeus.
Portanto, para compreendermos os fariseus, devemos ter informações a respei­to dos macabeus.
         Os macabeus eram uma família de sacerdotes ortodoxos, leais à lei mosaica, que lutaram bravamente em várias oportunidades con­tra as influências pagãs e a ocupação de Israel.
Os fariseus foram os sucessores sacerdotais dos macabeus, e por um período aproximado de duzentos anos eles sustentaram os altos padrões dos ideais macabeus de separação do paganismo. Na verdade, até mesmo o nome fariseu significa "o separado".
         Até a época imediatamente anterior ao nascimento de Cristo, os fariseus eram normalmente os mais nobres homens em Israel. Eram íntegros, corajosos e foram, em certas ocasiões, martirizados por cau­sa da sua fé. Eram os aparentes herdeiros do reino de Deus.
         Mas, como qualquer seita onde a ênfase religiosa não é a compai­xão e o amor de Deus, o conceito fariseu de separação acabou por torná-los altivos e hipócritas em relação aos outros.
 Apesar de intera­girem superficialmente com o restante da sociedade judaica, seus há­bitos e vestuário os mantiveram afastados de seus irmãos, uma vez que se consideravam por demais santos para se envolverem com os aspectos comuns da vida diária.
         Quanto a determinados aspectos da lei, os fariseus guardavam o sábado, dizimavam até mesmo de seu jardim de ervas e atavam seus filactérios (pequenas caixas com versículos das Escrituras) à sua testa e pulsos estritamente de acordo com o mandamento mosaico (Dt 6.8 Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; ). Apesar disso, os fariseus negligenciavam os aspectos mais importantes da lei: justiça, misericórdia e fidelidade (Mt 23.23). À época do nasci­mento de Cristo, os fariseus eram orgulhosos de sua imagem e das honras proporcionadas a eles enquanto membros do clero.

         Para ilustrar o quanto tinham se tornado cheios de si, vamos con­siderar a época do nascimento de Cristo. Sua indiferença com este grandioso acontecimento indica quão distantes estavam de Deus e quão preocupados com sua religião.


Onde estavam os fariseus quando Cristo nasceu?

Um refulgente astro semelhante a uma estrela ergueu-se no leste e, dia após dia, se aproximava de Jerusalém. Ao mesmo tempo que esse astro pairava brilhando sobre a cidade, uma grande caravana que ha­via seguido a estrela desde a Caldéia entra na cidade. Pelos portões de Jerusalém chegam os principais astrólogos da Caldéia: os magos.
As Escrituras nos dizem que "o rei Herodes [...] ficou perturbado, e com ele toda Jerusalém" (Mt 2.3), principalmente com a declaração do sábio: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estre­la no oriente e viemos adorá-lo" (v. 2).
         A Bíblia explica de forma detalhada que Herodes perguntou a todos os chefes dos sacerdotes e escribas quanto ao local do nasci­mento do Messias — foram fariseus que lhe informaram: "Belém". Cristo, a esperança de Israel, aquele a respeito de quem Moisés escre­vera, havia nascido — e mesmo os céus confirmavam a ocasião com o aparecimento da "estrela". Apesar disso, os fariseus nem ao menos investigaram, ainda que Belém ficasse a apenas nove quilômetros de distância aproximadamente!
         Os magos, que eram pagãos de nascimento, viajaram por mais de mil duzentos e oitenta quilómetros aproximadamente através de desertos e a um alto custo, enfrentando perigos para satisfazer o desejo de adorá-lo (Mt 2.2)! Os fariseus, por outro lado, que co­nheciam as Escrituras e eram os herdeiros da lei de Moisés, não demonstraram nenhum interesse nem enviaram nenhuma delega­ção, embora pudessem ter andado até o local do nascimento de Cristo em menos de três horas.
         Quão insensíveis permaneceram os fariseus em sua atitude hipó­crita! Como resistiram ao Espírito de Deus sem qualquer temor! Eles se apegaram resolutamente a suas tradições; como mantiveram cuidadosamente a sua imagem!
Preste bem atenção: na noite em que crucificaram Cristo, eles se recusaram a entrar no pretório romano "para evitar contaminação" (Jo 18.28).
         Preservavam os detalhes da lei ao mesmo tempo que crucificavam quem lhes havia dado a lei!
         Esta era a sua religiosidade: firmavam-se em suas doutrinas em vez de se firmarem em Deus. Amavam mais as orações audíveis dos homens que a aprovação do Todo-Poderoso. Julgavam que conhecer as Escrituras era mais importante do que vivê-las. Resumindo, eles agiam como agem muitos cristãos hoje em dia: mais preocupados com a religião do que realmente em seguir a Jesus.

         Portanto, antes de julgarmos severamente os fariseus, vamos nos avaliar: como nos comparamos em termos de justiça, misericórdia e fidelidade? Quão misericordiosos somos ao nos preocuparmos com os necessitados e ao nos dedicarmos a ver o pecador transformado? De fato, Jesus nos advertiu de que se a nossa retidão não excedesse a dos fariseus não poderíamos entrar no reino dos céus (Mt 5.20 Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.).

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