“Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicação , os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução , a inveja, a blasfe mia, a soberba, a loucura. Todos esses males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7:21-23).
Jesus disse que não é o que está fora do homem que traz perigo para a alma. Ele disse que é o que está dentro que tem potencial para contaminar negativamente o homem. Quantos de nós já passamos pela experiência de falar algo ou reagir a certa situação de um modo tão estranho que nos perguntamos: De onde veio isso? Bem, Jesus diz que isso veio do coração.
O trono foi para Saul somente uma forma de deixar bem claro a todos o monstro que habitava em seu coração. Inveja, raiva e ambição tomaram conta de Saul. Ele era um rei, mas não um líder, pois é a saúde do coração que distingue o líder do tirano.
A liderança nos oferece situações de pressão, nas quais aquilo que está oculto aflorará. Jesus disse: “Na o ha nada oculto que na o venha a ser revelado” (Mt 10:26). Não adianta construirmos nossa liderança sobre uma imagem que não condiz com quem de fato somos. Cedo ou tarde nosso castelo de areia desmoronará. Sendo assim, como lidar com os monstros ocultos do coração?
1) Identifique-os
Precisamos identificar o que há em nosso coração. Inveja (achar que aquilo que o outro tem deveria ser seu), raiva (sentir-se roubado de algo que lhe é de “direito”), ganância (quando o sucesso vale mais que seus valores). Identifique e tenha coragem de reconhecê-lo.
2) Ouça a voz de Deus
“Pois a palavra de Deus e viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; Ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e
intenções do corac a o” (Hb 4:12).
“Se existe uma área onde o líder crista o do futuro precisara dar atenção e a disciplina de habitar na presenc a daquele que esta sempre nos perguntando: Voce me ama? Voce me ama? Ele fara isso por meio da disciplina da orac a o. Através dela evitamos ser dominados por uma questão urgente após outra e deixamos de ser estranhos para o nosso pro prio corac a o e o corac a o de Deus. Os líderes crista o devem ter sua liderança fundamentada no relacionamento permanente e íntimo com o Verbo encarnado, Jesus. E ai que se deve encontrar a fonte de suas palavras, conselhos e direções”.
Precisamos investir tempo na presença de Deus em oração, meditando em sua palavra, nos colocando na posição de ouvir sua voz, pois é em sua presença que o Espírito Santo nos faz discernir o que há em nosso coração que não agrade ao Senhor.
3) Traga-os para a luz
“Esta e a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a voce s, Deus e luz; nele na o ha treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com Ele, mas andamos nas trevas, mentimos e na o praticamos a verdade. Se, porém, andamos na luz como Ele esta na luz, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus,
seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1:5- 8).
Deus é luz, e é debaixo da luz em que tudo está exposto e conhecido que o seu poder restaurador opera.
Andar na luz é sair do oculto e isso inclui a confissão: abrir o coração para alguém com maturidade suficiente para te ouvir e acompanhar (Tg 5:16). Deus nos deu pessoas como instrumentos para a nossa libertação. Por isso, limpe as gavetas, tire a poeira do baú. Não há monstro que resista à luz que existe na confissão.
Quando Davi derrota Golias, o povo começa a reconhecer em Davi o rei que ele foi ungido para ser. Saul, porém, sente-se ameaçado pela presença de Davi e decide primeiro matá-ló com uma lança em seu palácio; contudo, não teve sucesso. Depois emprega uma violenta perseguição para matá-lo. E o jovem pastor de ovelhas, o que fez? Fugiu solitário. Passou a fazer das covas a sua casa, das cavernas, o seu lar.
Deus facilmente tem líderes como Saul, que oram por poder. Porém, ele está à procura de outro tipo de homem: aqueles inscritos na escola do quebrantamento. Sim, a esses Deus pode delegar autoridade e saber que ela será exercida segundo sua vontade.
“Porém, agora, na o subsistira o teu Reino: ja tem buscado o Senhor para si um homem segundo o
seu corac a o...” (1 Sm 13.14).
CONCLUSÃO: Davi foi ungido pelo profeta Samuel, mas entre o óleo e a coroa passaram-se anos de um verdadeiro inferno. Foi nesse tempo de dor, lagrimas e perseguição, que o coração de Davi foi quebrantado.
Davi aprendeu que o que acontecia a ele não estava sob seu poder, mas a forma como ele reagia, sim, isso estava sob seu poder. Ele decidiu se esquivar das lanças de Saul e não as atirar de volta, decidiu guardar o seu coração.
Davi percebeu que revidar Saul com o mal somente faria dele um Saul II. Quando Davi teve a oportunidade de
matá-ló, ele não o fez, ainda que isso parecesse uma oportunidade dada pelo próprio Deus, para que ele colocasse fim a essa perseguição implacável de Saul.
Cabe a cada um de nós a decisão que, não importa o que aconteça conosco, não seremos como Saul, que encontra justificativas para atirar lanças. Seremos como Davi, que guardou seu coração da ofensa, da amargura e do ressentimento.
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