quarta-feira, 24 de julho de 2019

VIVENDO PELA FÉ


Colossenses 2.6-7:
“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças”.
A fé, além de estar presente no início da caminhada cristã, também está presente ao longo de todo o caminho (Hb 12.2. “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”). Ela é a raiz e o fundamento de nossa relação com Jesus. Recebemos Cristo pela fé, vivemos e somos plantados nEle pela fé. Tudo o que é feito nEle é pela fé.
Fé está relacionado a crer. É verdade que a palavra fé tem
muitos significados por aí, e quando se trata das religiões de modo
geral, o conceito de fé é muito utilizado. Nas religiões monoteístas
(religiões que creem na existência de apenas um deus), por
exemplo, a fé pressupõe uma relação pessoal com Deus, ou seja,
Deus é um ser relacionável. De modo mais específico, no
cristianismo a fé não é tratada como uma força ou poder interno.
Ela não nasce por vontade do ser humano, é um presente, um dom
da parte de Deus para aqueles que querem se relacionar com Ele
(Ef 2.8. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”).
O MESTRE DA FÉ
Quem seria um bom modelo de fé para nós? Tem que ser alguém como a gente e por meio de quem Deus iniciou seu projeto de salvação. O nome desse homem é Abraão, ou melhor, como antes era chamado, Abrão. Abraão é conhecido como pai da fé. Isso significa que ele é o modelo, ou melhor, aquele que inaugura a relação de fé com Deus. Isso significa que a espiritualidade da fé é a espiritualidade abraâmica e, portanto, devemos ter em mente como foi a construção da fé de Abraão, como ela começou e como se desenvolveu.
Aparentemente, percebemos uma inconstância na fé de Abraão por causa de suas atitudes. E assim como enxergamos nossas vidas, temos a tendência de enxergar a vida de Abraão da seguinte forma:

 No entanto, não é assim que deveríamos enxergar a fé do patriarca. Nos pontos em que Abraão falhou, Deus atuou para ele seguir crescendo. Isso nos mostra que o nosso crescimento em fé permanece mesmo nos momentos difíceis, afinal, é Deus quem atua em nós. Sendo assim, devemos enxergar nossos altos e baixos na vida de fé não como topo e vale, e sim como uma progressão, mesmo que não seja constante:
O que acontece é que Deus não nos deixa regredir na fé, apesar dos nossos percalços. Por isso, devemos manter firme a nossa confiança nEle. Contudo, existem algumas características na fé cristã que precisamos ter sempre em mente, e para isso continuaremos usando Abraão como exemplo.
                     Romanos 4:1-8.
1 O que diremos, pois, de Abraão, nosso pai, ter obtido segundo a carne?
2 Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, ele tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.
3 Pois, o que diz a escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
4 Ora, àquele que trabalha não lhe é imputado o salário segundo a graça, mas segundo a dívida.
5 Mas, àquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé é imputada como justiça.
6 Assim também Davi declara a bem-aventurança do homem a quem Deus atribui justiça sem as obras,
7 dizendo: Abençoados são aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.
8 Abençoado é o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.
A primeira coisa que percebemos na fé de Abraão é que ela exclui o mérito. Isso mesmo, a justificação que Abraão recebeu não foi por causa de suas obras, e sim por causa da graça de Deus. Faltava justiça à Abraão, e essa justiça foi acrescentada a ele por meio da fé.
Agora observe o que diz Romanos 4.19-21: “E, sem enfraquecer na fe , embora levasse em conta o seu pro prio corpo amortecido, sendo ja de cem anos, e a idade avançada de Sara, na o duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fe , se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera”.

 Outro elemento presente na fé de Abraão é que ele confiou que Deus era fiel ao que prometera. Isso tem dois aspectos: primeiro, que Deus é fiel às suas promessas. Ele é fiel a si mesmo, fiel ao seu caráter imutável, e, por isso, a relação de fé também é uma relação de graça. Ou seja, Abraão, sem merecer, recebeu a promessa de Deus, e ainda sem merecer foi que Deus cumpriu essa promessa. Ela fazia parte do plano divino, e, portanto, seria cumprida independente de obras humanas.
Outro aspecto para considerarmos é que a fé traz ideia de verdade e realidade. Verdade e realidade são aquilo que Deus diz e realiza, independentemente, das circunstâncias. Por exemplo: Deus nos disse que estaria conosco todos os dias (Mt 28.20), mas, de vez em quando, as tempestades estão tão fortes e a escuridão tão densa, que não sentimos Deus segurando a nossa mão e muito menos o vemos conosco. Mesmo assim, podemos crer que Deus está presente, porque Ele disse que estaria conosco nos amparando (como de fato está). Essa é a base da relação de fé que Abraão tinha com Deus: uma relação de confiança.
FÉ É CONFIAR
A palavra fé, no grego, é pistis. Essa palavra varia seu significado de acordo com o objeto da relação: quando ela estabelece uma relação do homem para com Deus, o significado apresentado é de confiança. E quando ela apresenta a relação de Deus para com o homem, seu significado se altera para fiel, confiável, leal.
Mas, afinal, em que a gente confia? O objeto da nossa fé é o próprio Deus, e não a nossa fé. Assim, a nossa fé, em um primeiro momento, é o reconhecimento de que Deus está presente e a constatação da realidade do seu amor. Quando dizemos que confiamos em Deus, temos que ter em mente que isso tem a ver com Ele mesmo, com seu caráter confiável e sua lealdade. E o fato de Deus ser confiável faz com que tenhamos a certeza que sua Palavra também é confiável.

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