segunda-feira, 25 de julho de 2016

RECEBENDO PODER PARA TESTEMUNHAR


RECEBENDO PODER PARA TESTEMUNHAR

 

         Muitos cristãos procuram atalhos para o poder de Deus. Tentar utilizar atalhos é tornar-se, na melhor das hipóteses, frustrado; na pior, um falso mestre ou profeta. Escute atentamente: há enorme poder para nós em Deus, mas não sem santidade. A santidade precede o poder.

 

Quando João Batista encontrou Jesus

 

Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João. João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: "Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim"? Respondeu Jesus: "Deixe assim por en­quanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça". E João concordou. Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naque­le momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: "Este é o meu Filho amado, em quem me agrado" (Mt 3.13-17).

 

Vamos entender este profeta, João Batista. De acordo com as Escrituras, João era cheio do Espírito Santo "desde antes do seu nascimento" (Lc 1.15-17). Também foi dito que sua vinda seria no espírito e no poder de Elias. Historiadores dizem que o pene­trante e intransigente ministério de João levou mais de um mi­lhão de pessoas ao arrependimento.

Enormes multidões deixavam suas cidades e seus povoados em direção ao deserto para ouvir o profeta e ser batizados para arrependimento, na preparação para o Reino de Deus.

         Somente Jesus conhecia o estado arruinado do coração humano com mais exatidão do que João. Nenhum tipo de pessoa escapava do julgamento de João Batista: soldados e reis, pecadores e líderes religi­osos eram todos trazidos para o "vale da decisão". O batismo de João era mais do que uma simples imersão em água. Ele exigia uma con­fissão pública dos pecados, bem como produzia a virtude (Mt 3.6,8. 6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.   

7 Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?   

8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento,).

         Jesus testificou que João era "mais que um profeta". Ele disse que, entre aqueles nascidos de mulher, "não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11.9-11). João era um "profeta vidente", o que signi­fica que ele tinha uma clara visão do reino espiritual. Ele testificou di­zendo: "Eu vi o Espírito descer dos céus como pomba" (Jo 1.32). Ele viu a "ira que se aproxima" (Mt 3.7). Ele testemunhou "o Reino dos céus" (Mt 3.2). A João foram revelados os segredos do coração do ho­mem. Sua visão penetrou o verniz dos fariseus de boa fama; em suas almas ele viu uma "raça de víboras" (Mt 3.7). Entenda algo sobre os profetas: eles estão cientes de coisas que ainda estão ocultas aos homens.

         Mas quando Jesus veio para ser batizado, antes que os céus se abrissem e o Espírito Santo descesse, João viu algo que era impressio­nante mesmo para seu padrão de virtude. Ele contemplou o coração de Jesus e não viu nenhum pecado, nenhuma mentira, nenhuma luxú­ria. João viu um tal nível de santidade que, sem saber que estava contemplando o Messias, expressou-se maravilhado: "Eu preciso ser batizado por ti" (Mt 3.14).

         Jesus, como o "Cordeiro de Deus" (Jo 1.35,36. 35 No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos   

36 e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus!), era sem mancha alguma. Isto é exatamente o que o profeta contemplou em Jesus: imaculada pureza de coração. A virtude de Cristo tirou o fôlego de João!

A poderosa emanação daquela pureza interna conscientizou João de suas necessidades de forma imediata. Quando João viu Jesus ele desco­briu um nível de virtude que era maior e mais puro que o dele próprio. Este grande profeta olhou dentro do coração de Jesus, e no esplendor da santidade de Cristo clamou: "Eu preciso" (Mt 3.14).

         E assim é conosco. Cada vez que vemos Jesus, cada sucessiva revelação da sua pureza torna a nossa necessidade mais evidente. À medida que a santidade de Cristo surge perante nós, não podemos evitar repe­tir o mesmo clamor de João Batista: "Eu preciso ser batizado por ti!".

         Contudo, no início da nossa caminhada, abraçamos a vida com nossas próprias forças, confiando em nossas próprias habilidades para alcançarmos sucesso e realização. Sim, nós nos voltamos para Deus, mas principalmente em tempos de sofrimento ou provação. Mas, conforme o Senhor vai nos dando maturidade, o que uma vez consideramos força descobrimos na prática ser mais ilusório, e con­sequentemente uma fraqueza mais perigosa.

Nosso orgulho e autoconfiança nos mantêm afastados do auxílio de Deus; o clamor de nossas muitas ideias e desejos afogam o sussurro da baixa voz do Senhor. De fato, perante os olhos de Deus o mais bem-sucedido dos homens é ainda "miserável, indigno de compaixão, pobre, cego e nu" (Ap 3.17).

         Com o tempo, descobrimos que toda verdadeira força, toda ver­dadeira eficácia — sim, mesmo nossa própria santidade — se inicia com a descoberta da nossa necessidade. Nosso desenvolvimento é mais fraco, tornamo-nos menos confiantes em nossas habilidades. A medida que a casca exterior de superioridade espiritual se esfarela, o próprio Jesus se torna a resposta de Deus a todo homem que clama por santidade e poder em sua caminhada.

         Nós podemos achar que temos dons espirituais, podemos pre­sumir que somos santos, podemos exultar com sucessos humanos; mas até que tenhamos visto a Cristo e abandonado a confiança em nossa altivez espiritual, tudo que poderemos ter, na melhor das hipóteses, é religião.

         Sim, vamos agarrar esta verdade com as duas mãos, sem jamais a deixarmos escapar! O próprio Jesus é nossa fonte de santidade! Somos bastante ávidos de fazer algo por ele, contanto que não tenhamos de mudar por dentro! Deus não precisa do que podemos fazer, ele quer o que nós somos. Ele quer nos fazer povo santo.

Não fiquemos ansiosos neste processo. Vamos permitir que ele faça o profundo trabalho interno de preparação. Jesus viveu trinta anos de forma pura e sem pecado, antes que realizasse um ato de poder! Seu objetivo não era fazer algum grande trabalho, mas agradar o Senhor com uma vida santa!

 

 

         O objetivo igualmente não é nos tornarmos podero­sos, mas sim santos na presença de Cristo. Deus prometeu derramar poder sobre aqueles que ele tornasse santos primeiramente. Você quer que seu cristianismo seja eficiente? Então busque a Jesus como seu padrão e fonte de santidade. Você quer ver o poder de Deus em sua vida? Então procure conhecer a pureza do coração de Cristo. Se va­mos nos tornar o povo a quem Deus chamou seu, devemos crescer em santidade. Um cristão maduro será tão santo quanto cheio de poder, porém a santidade precede o poder.

 

 

quarta-feira, 20 de julho de 2016

ANDANDO NO CAMINHO DA SANTIDADE

ANDANDO NO CAMINHO DA SANTIDADE




A santificação não vem automaticamente. Somos orientados a orar.

 " Segui a paz com todos, e a santificação, sem santidade ninguém verá o Senhor"

(Hb 12.14).

Devemosorar por santidade. Sem buscar seriamente a santificação, ninguém verá o Senhor. Devemosconsiderar as palavras de Jesus:

"Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus"

 (Mt 5.8).





O PROCESSO DA SANTIFICAÇÃO



O pecado nos veste com uma capa de engano. Portanto, o primeiro estágio para alcançarmos a santidade envolve a exposição do nosso coração à verdade e a eliminação das mentiras que estão dentro dele. Este processo de santificação é realizado pelo Espírito Santo, e a for­ma pela qual o Espírito nos santifica é a verdade. Uma vez que o Espírito tenha vencido o poder do engano em nossa vida, ele poderá vencer o poder do pecado.

         Jesus descreveu aqueles que frutificam no reino de Deus como os que, tendo um "coração bom e generoso, ouvem a palavra, a retêm e dão fruto, com perseverança" (Lc 8.15). A primeira virtude necessá­ria para a frutificação é um coração honesto. Pois sem amor pela ver­dade, nenhuma área de nossa vida pode ser acertada.

         A Bíblia nos adverte que o pecado é enganoso (Hb 3.13. antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; ). Se antes de uma pessoa pecar ela pudesse expor seus pensamentos em uma tela, toda a sequência de raciocínios e conclusões — a descida em direção ao engano — seria absolutamente visível. Mas o processo do engano não é visível. A mentira do inimigo invade nossa mente através de sussurros, e não aos gritos; anda nas trevas, não na luz.

         Desta forma, devemos levar "cativo todo o pensa­mento, para torná-lo obediente a Cristo" (2Co 10.5. derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo;). Se pretendemos identificar a voz da iniquidade, devemos reconhecer sua mentira quan­do ela diz: "Seu pecado não é tão mau". Pois o pecado afunda a mente em uma nuvem de desculpas e ocultações ao procurai' manter-se vivo. Ele deforma e distorce a verdade e, sem planos de arrependimento, cal­mamente nos tranquiliza: "Deus compreende, ele jamais me julgará".

         Se um pecado embaraçoso quase for exposto em virtude das circuns­tâncias, nós agradecemos a Deus que nosso problema oculto tenha per­manecido assim. Provavelmente, entretanto, não foi Deus que manteve o pecado oculto; foi o diabo. A postura do céu em relação ao pecado é simples. Somos claramente orientados: "confessem seus pecados uns aos outros" (Tg 5.16); devemos ter a posição de renunciar "aos procedimen­tos secretos e vergonhosos"

(2Co 4.2 pelo contrário, rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; mas, pela manifestação da verdade, nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de Deus.). A confissão com a exposição trazem o pecado para a luz. Estas atitudes derrotam o poder do engano.





Você é escravo do pecado?



"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará". Eles lhe respon­deram: "Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?" Jesus respon­deu: "Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado" (Jo 8.32-34).



         O pecado é escravidão. Quando Lincoln libertou os escravos americanos, muitos continuaram a viver em cativeiro porque ignoravam a sua liberdade. Eles eram legalmente livres, mas seus anti­gos mestres os ludibriavam. Deste modo, muitos permaneceram em sujeição. Da mesma forma, o pecado tenta nos enganar para permanecer, pois o sangue de Jesus nos tornou legalmente livres. Fomos resgatados da escravidão para a liberdade.



         As Escrituras nos alertam sobre aqueles que "rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar" (2Ts 2.10). Salvação não é um ritual religioso; é a experiência de ser salvo de algo que de outra forma nos des­truiria. Verdadeiramente, Jesus veio para "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.). A "liberdade" que nos vem ao conhecermos a verdade é libertação do pecado e de suas consequências (]o 8.31-34).

         Para aqueles que não amam a verdade, Deus permite que uma "influência enganadora" (grego: "operação do erro") venha " a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça" (2Ts 2.11,12). Cada área de sua vida que não estiver sendo governada pela verdade terá como sua substituta uma "operação do erro".

         Deus permite este estado de espírito desgastado, em virtude de nossa obstinada recusa tanto em amar a verdade como em ser salvo. Cada área de nossa vida controlada pelo pecado é uma parte de nossa alma sujeita ao engano.

         Lemos anteriormente que as pessoas "tiveram prazer na injustiça" (2Ts 2.12). Em quase todos os pecados há prazer suficiente para torná-los atraentes. Se não houvesse prazer no pecado, somente os mentalmen­te debilitados o cometeriam, pois no pecado também se encontra a morte. E o lado prazeroso do pecado que nos ludibria. Pois o que é a luxúria, senão a perversão do prazer? Se queremos experimentar a verdadeira salvação, devemos desejar a verdade acima do prazer, pois é nossa própria luxúria e satisfação que nos iludem.



         Cada vez que você se arrepende de um pecado, uma mentira que um dia controlou sua vida é rompida. E por isso que Jesus nos ensinou a orar: "E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal" (Mt 6.13). Deus não tenta o homem com o pecado. Tanto a tentação como o mal são inerentes à nossa velha natureza. Se continuamos, obstinadamente, a recusar-nos a nos arrepender de um pecado, Deus nos entrega àquilo que nos recusa­mos a renunciar.

         Provérbios 29.1 nos adverte: "Quem insiste no erro depois de muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente". Paulo também nos alerta sobre aqueles que "Deus |...| entregou [...] segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si". Por quê? Porque "trocaram a verdade de Deus pela mentira" (Rm 1.24,25). Todo o pecado é uma troca da verdade de Deus pela mentira.

         Consequentemente, quanto mais verdadeira uma pessoa se torna consigo mesma e com Deus, mais ela é liberta do "engano do peca­do" (Hb 3.13), permitindo que surja a retidão.


terça-feira, 12 de julho de 2016

Duas coisas, somente duas coisas


Duas coisas, somente duas coisas

 

São tantos os pensamentos que ocupam nossas mentes: tantos livros, tantos exemplos, tantos
bons ensinamentos que merecem nossa atenção, que dizem: "Aqui está uma verdade".
Entretanto, à medida que servia ao Senhor nestes últimos anos, ele me levou a buscar por duas coisas, e somente por duas coisas: conhecer o coração de Deus em Cristo e
conhecer meu próprio coração à luz de Cristo.
 

MARCOS 6.31–41.
 
Conhecendo o coração de Deus
 
Tenho buscado a Deus.

Tenho procurado conhecer a ele e à profun­didade de seu amor pelo seu povo.
 
Quero conhecer o coração de Cristo e a compaixão que o move.


As Escrituras são claras: Jesus amou as pessoas.


     O evangelho de Marcos nos diz que, após ele ter ensinado e curado as multidões, as pessoas tiveram fome. Em sua compaixão, Cristo as viu como "ovelhas sem pastor" (Mc 6.34).

     Não foi suficiente para ele ensiná-las e curá-las; ele tomou conta pessoal­mente de cada uma delas. Seu bem-estar físico, mesmo em relação à sua alimentação, era importante para ele. Um jovem com cinco pães e dois peixes foi o suficiente para que Jesus operasse outro milagre, realizado por meio da vontade de Cristo, apesar de seu corpo esgotado. Veja: Cristo retirou-se com seus discípulos para descansar, e "havia muita gente indo e vindo, ao ponto de eles não terem tempo para comer" (Mc 6.31).
Imagine: Jesus em pessoa havia se retirado para orar e se fortalecer. João Batista, o anunciador de Jesus, no entanto, fora decapitado no início daquela mesma semana, pelas mãos de Herodes. Foi em um estado de desgaste físico e emocional que Jesus alimentou as multi­dões; não uma ou duas vezes, mas repetidamente "entregou-os [o pão e o peixe] aos seus discípulos para que os servissem ao povo" (Mc 6.41).
Milhares de homens, mulheres e crianças "comeram e ficaram sa­tisfeitos" (v. 42)!  O milagre foi para eles, mas não lemos sobre nenhum milagre o sustentando, com exceção do maravilhoso milagre de um amor santo que continuamente erguia suas mãos cansadas com mais pão e mais peixe. Embora aumentasse a sua fraqueza, ele distribuía continuamente para que outros pudes­sem ser renovados!
Jesus ama as pessoas  todas as pessoas. Especialmente as que a sociedade ignora. Portanto, devo saber exatamente quão distante ele caminharia em favor dos homens, pois esta é a mesma distância que ele percorreria novamente para chegar até mim! Devo conhecer seus pensamentos a respeito de enfermidade, de miséria e do sofrimento humano! Como servo, sou inútil para ele a menos que conheça estas coisas. Se desejo realmente fazer sua vontade, devo verdadeiramente conhecer seu coração. Por isso, em todos os meus estudos e momen­tos de oração, tenho buscado mais do que apenas conhecimento; tenho procurado o coração de Deus.(Salmos 25:14.)
     Deus quer se revelar a nós. Entretanto, Ele só irá contar os segredos do Seu coração para quem é íntimo dEle. Normalmente, não expomos os segredos do nosso coração e nem os detalhes da nossa vida para qualquer pessoa.

     Assim é Deus; quando não somos íntimos dEle, Ele não se revela a nós. Mas quando cultivamos uma intimidade com Ele, entendemos e aprendemos o que está no Seu coração. Deus quer pessoas que sejam íntimas para que Ele possa manifestar a Sua glória.
     Existe uma diferença entre ser familiarizado e ser íntimo. Por exemplo, o familiarizado não conhece os detalhes da nossa vida, mas para ser íntimo é preciso aprender a desfrutar da companhia do outro, é uma caminhada, são muitas refeições juntos.
Conhecendo nosso coração



    Ao mesmo tempo que me aproximo do coração de Deus, o próprio fogo de sua presença inicia um profundo trabalho de depuração em meu inte­rior. Na imensidão de sua riqueza, minha pobreza aparece. O salmista escreveu:  (Sl 24.3,4).


Não podemos nem mesmo encontrar o monte do Senhor, quanto mais subir a ele, se tivermos engano em nosso coração. Como al­guém pode servir no lugar santo de Deus se sua alma estiver suja?


     Somente quem possui um coração puro percebe a Deus. Subir em direção a Deus é caminhar na fornalha da verdade, onde o engano é retirado de nossa alma. Para permanecer no lugar santo, precisamos habitar na honestidade, mesmo que uma mentira pareça um meio de escape. Cada passo avante no monte de Deus é um impulso em nossa vida para uma maior transparência, uma visão mais clara dos propósitos de nosso coração.


     Este é o chamado proveniente de Deus que nós buscamos. Contudo, nossa alma está oculta, encolhida no medo e nas trevas, vivendo em um mundo de mentiras e ilusões. Este é nosso homem interior, a alma que Deus procura salvar. Você o tem visto? Tem visto seu eu interior que somente a verdade pode libertar?
 
          Em todas as partes os homens supõem conhecer a "verdade", mas não possuem nem santidade nem poder em sua vida. A verdade deve se tornar mais do que uma doutrina histórica; deve ser mais do que um museu de artefatos religiosos, lembranças de um tempo em que Deus se moveu. Verdade é conhecer o coração de Deus revelado em Cristo, e nosso próprio coração à luz da graça de Deus.
 
     Como membros da raça humana, somos envoltos pela ignorância. Mal conhecemos o mundo que nos rodeia, quanto mais nosso próprio coração. Sem percebermos, à medida que buscamos o coração de Deus, também buscamos o nosso. Pois é somente ao encontrá-lo que descobrimos a nós mesmos, porque estamos "nele".
 
     Precisamos fazer a oração do rei Davi: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" (Sl 139.23,24).
 

         Vamos tirar a maquiagem de nossa alma e encarar a realidade de nosso coração. Sei que Deus nos criou eternamente plenos e perfeitos em Cristo. Eu acredito nisso. Mas nos três primeiros capítulos do Apocalipse de João, Jesus não disse que as igrejas eram "perfeitas aos seus olhos". Não! Ele revelou o coração delas e mencionou os seus pecados. Sem concessões, ele identificou as necessidades a serem superadas por elas, cada uma em sua particular e difícil circunstância.
 
     Como elas, precisamos conhecer nossa necessidade. E, como elas, as vidas que queremos ver salvas habitam aqui, ou seja, em um sistema mundial estruturado sobre mentiras, ilusões e corrupção desenfreada.


          Quanto à natureza do homem, o profeta Jeremias escreveu: "O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?" (Jr 17.9). Ao citar outra das orações de Davi, um clamor semelhante é ouvido: "Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço! Também guarda o teu servo dos pecados intencionais; que eles não me dominem! Então serei íntegro, inocente de grande transgressão" (Sl 19.12,13).
 
Pode haver erros dentro de nós que estão efetivamente nos dominando sem que tenhamos consciência disso. Percebemos, por exemplo, quantas de nossas ações são guiadas exclusivamente pela vaidade e pelo desejo de sermos aceitos pelos outros?
 
Sem o Espírito Santo, ficamos sem defesa contra a tendência inata para nos auto-enganarmos!
 
Dessa forma, se desejamos ser santos, devemos primeiramente renunciar à mentira. A luz da graça de Deus, quando justificados pela fé e lavados no sangue do sacrifício de Jesus, não precisamos fingir que somos pessoas virtuosas.
 
Precisamos apenas nos tornar sinceros.



I JOÃO 1:6–9.


Não há condenação por sermos íntegros de coração; não há nenhuma. Temos apenas que nos arrepender e confessar nossos pecados para que eles sejam perdoados e limpos. Temos tão somente que amar e abraçar a verdade para sermos libertos do pecado e do auto-engano. Precisamos conhecer duas coisas, e somente duas: o coração de Deus em Cristo e nosso próprio coração à luz de Cristo.

terça-feira, 5 de julho de 2016

A HUMILDADE PRECEDE A SANTIDADE

 A HUMILDADE PRECEDE A SANTIDADE

                  "Quanto mais eu cresço em Deus, menor me torno."
                    Allen Bond
"Aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29).

Um homem santo é um homem humilde
A voz mais sagrada e poderosa que existiu descreveu a si mesmo como "manso e humilde de coração". Por que iniciar uma mensagem sobre santidade com uma citação sobre humildade? Simplesmente por­que a santidade é produto da graça, e Deus dá graça somente aos humildes.
É vital entendermos que Jesus não condenou os pecadores; ele condenou os hipócritas. O hipócrita é uma pessoa que perdoa o seu próprio pecado, ao mesmo tempo em que condena os pecados dos outros. Ele não é meramente "duas-caras", pois nem mesmo o me­lhor de nós pode se policiar a todo o instante. O hipócrita, entretanto, é alguém que se recusa a admitir que às vezes ele é falso, fingindo assim uma retidão que não consegue viver.
Na verdade, o hipócrita não enxerga sua hipocrisia, uma vez que não percebe falhas em si mesmo. Ele raramente lida de fato com a corrupção em seu interior. Uma vez que não busca misericórdia, não tem misericórdia; e, estando continuamente sob o juízo de Deus, juízo é tudo o que ele tem a oferecer.
Não podemos permanecer hipócritas e, ao mesmo tempo, alcan­çar a santidade. Logo, o primeiro passo que damos com sinceridade em direção à santificação é admitir que não somos tão santos como gostaríamos de aparentar. Este primeiro passo se chama humildade.
Em nosso desejo de conhecer a Deus, devemos compreender algo sobre o Todo-Poderoso: ele se opõe ao orgulhoso, mas sua graça é derra­mada sobre o humilde. A humildade traz graça sobre nossas necessida­des e somente a graça pode mudar nosso coração. Desse modo, a humildade é a infra-estrutura da transformação. E a essência de todas as virtudes.
O Espírito Santo revela a nossa corrupção, não para condenar-nos, mas para que haja humildade e o reconhecimento mais profundo da necessidade individual que temos da graça de Deus. É nesta encruzilhada que surgem tanto os homens santos como os hipócritas. Os que se tornam santos enxer­gam sua necessidade e se prostram diante de Deus para a salvação. Os que se tornam hipócritas são aqueles que, ao verem seu pecado, o perdoam e não se modificam.
Se não nos conscientizarmos da depravação de nossa velha natu­reza, nos tornamos "fariseus cristãos", hipócritas, cheios de despre­zo e auto-estima. Nosso mestre não nos advertiu sobre aqueles que "confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros" (Lc 18.9 à 14)
Cada vez que julgamos outro cristão, o fazemos com uma postura de superioridade. Mesmo em tempos de plenitude espiritual, devemos nos deleitar na fraqueza, sabendo que toda força é oriunda da graça de Deus. A mansidão deve se tornar nossa forma de vida. Como Jesus, deve­mos nos alegrar quando nos tornamos "humildes de coração'. Como Jesus, seus discípulos eram humildes por escolha.

Qualquer um pode julgar, mas quem pode salvar?

Os hipócritas adoram julgar, o que gera neles um sentimento de su­perioridade. Mas isso não pode ocorrer com você, que deve sincera­mente buscar a humildade de coração. Muitos cristãos zelosos, porém orgulhosos não conseguiram alcançar a santidade por pensarem ter sido chamados para julgar os outros.
Jesus Cristo não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo. Qualquer pessoa pode julgar, mas será que pode salvar? Pode derra­mar sua vida em amor, intercessão e fé por quem está sendo julgado?
Para julgar alguém são necessários apenas um olho e uma mente carnais. Por outro lado, é necessária a fidelidade carinhosa de Cristo para redimir e salvar. Um ato de seu amor, revelado por meio de nós, aquece mais corações frios do que a soma de todas as nossas críticas arrogantes. Dessa maneira, cresça no amor, sobressaia-se na miseri­córdia, e você obterá um entendimento mais preciso da essência da santidade, que é a natureza do Deus de amor.
Alguém pode alegar: "Mas Jesus condenou o pecado". Sim, e nós também o condenamos. Entretanto, o pecado que devemos conde­nar primeiro é o pecado de julgar os outros, pois ele nos impede de discernir o pecado em nós mesmos! (Mt 7.5.) Entenda isto: jamais nos santificaremos criticando os outros, nem podemos nos aproximar de Deus descobrindo defeitos alheios!
Se formos honestos em perseguir nossa santificação, descobrire­mos cedo que não temos tempo para julgar. Na verdade, por termos necessidade de misericórdia, buscaremos avidamente a oportunidade de ser misericordiosos para com os outros.
Você ainda insiste em encontrar falhas? Cuidado, o padrão de Cristo para julgamentos é alto: "Se alguém de vocês estiver sem peca­do, seja o primeiro a atirar a pedra nela" (Jo 8.7). Efetivamente, clame contra a injustiça, mas seja motivado pelo amor de Jesus. Lem-bre-se de que está escrito: "Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores" (Rm 5.8). No reino de Deus, a menos que você esteja primeiramente comprometido a morrer pelas pessoas, não lhe será permitido julgá-las.
Também é importante perceber que os ouvidos que escutam fo­focas ou críticas são tão culpados quanto a boca que as diz. Não contribua com tal pecado. Em vez disso, impeça o discurso do que ofende e rogue-lhe para que interceda, tal qual Jesus, por aquela pes­soa ou situação. Seus ouvidos são santos! Não permita que eles con­cordem com o acusador de nossos irmãos (Ap 12.10.

Encontre Deus!
Há somente um fator que impede muitas igrejas
de prosperar espiritualmente: elas ainda
precisam encontrar Deus.

A SANTIDADE SE ORIGINA NA BUSCA PELA GLÓRIA DE DEUS

"Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procu­ram a glória que vem do Deus único?" (Jo 5.44).
Se ostentamos nossa espiritualidade para impressionar os homens, buscando honra e apa­rentando ser virtuosos, especiais ou "ungidos", poderemos sinceramente dizer que temos caminhado próximos do Deus vivo? Sabemos que estamos nos relacionando corretamente com Deus quando nosso an­seio por sua glória nos faz renunciar ao louvor dos homens.
Não se desvanece toda glória à luz da sua glória? Da mesma forma que Jesus contestou a legitimidade da fé dos fariseus, ele nos desafia: "Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros?".
Que débil conforto é o louvor proveniente dos homens! Sobre quão frágil alicerce, nós, mortais, construímos nossa felicidade! Ima­gine: em não mais que poucos dias após os licaônicos tentarem pres­tar culto a Paulo, eles se congratulavam mutuamente por terem-no apedrejado (At 14.11-19)!

Vejamos: não foi na mesma cidade em que músicas e louvores deram boas-vindas a Jesus como "Rei [...] humilde e montado num jumento" (Mt 21.5) que bradaram "Crucifi-ca-o!" menos de uma semana depois? (Lc 27.22) Buscar o louvor dos homens é ser lançado em um imenso mar de instabilidade!
Devemos nos perguntar qual é a glória que buscamos na vida: a nossa própria ou a de Deus? Jesus disse: "Aquele que fala por si mes­mo busca a sua própria glória"