terça-feira, 5 de julho de 2016

A HUMILDADE PRECEDE A SANTIDADE

 A HUMILDADE PRECEDE A SANTIDADE

                  "Quanto mais eu cresço em Deus, menor me torno."
                    Allen Bond
"Aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29).

Um homem santo é um homem humilde
A voz mais sagrada e poderosa que existiu descreveu a si mesmo como "manso e humilde de coração". Por que iniciar uma mensagem sobre santidade com uma citação sobre humildade? Simplesmente por­que a santidade é produto da graça, e Deus dá graça somente aos humildes.
É vital entendermos que Jesus não condenou os pecadores; ele condenou os hipócritas. O hipócrita é uma pessoa que perdoa o seu próprio pecado, ao mesmo tempo em que condena os pecados dos outros. Ele não é meramente "duas-caras", pois nem mesmo o me­lhor de nós pode se policiar a todo o instante. O hipócrita, entretanto, é alguém que se recusa a admitir que às vezes ele é falso, fingindo assim uma retidão que não consegue viver.
Na verdade, o hipócrita não enxerga sua hipocrisia, uma vez que não percebe falhas em si mesmo. Ele raramente lida de fato com a corrupção em seu interior. Uma vez que não busca misericórdia, não tem misericórdia; e, estando continuamente sob o juízo de Deus, juízo é tudo o que ele tem a oferecer.
Não podemos permanecer hipócritas e, ao mesmo tempo, alcan­çar a santidade. Logo, o primeiro passo que damos com sinceridade em direção à santificação é admitir que não somos tão santos como gostaríamos de aparentar. Este primeiro passo se chama humildade.
Em nosso desejo de conhecer a Deus, devemos compreender algo sobre o Todo-Poderoso: ele se opõe ao orgulhoso, mas sua graça é derra­mada sobre o humilde. A humildade traz graça sobre nossas necessida­des e somente a graça pode mudar nosso coração. Desse modo, a humildade é a infra-estrutura da transformação. E a essência de todas as virtudes.
O Espírito Santo revela a nossa corrupção, não para condenar-nos, mas para que haja humildade e o reconhecimento mais profundo da necessidade individual que temos da graça de Deus. É nesta encruzilhada que surgem tanto os homens santos como os hipócritas. Os que se tornam santos enxer­gam sua necessidade e se prostram diante de Deus para a salvação. Os que se tornam hipócritas são aqueles que, ao verem seu pecado, o perdoam e não se modificam.
Se não nos conscientizarmos da depravação de nossa velha natu­reza, nos tornamos "fariseus cristãos", hipócritas, cheios de despre­zo e auto-estima. Nosso mestre não nos advertiu sobre aqueles que "confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros" (Lc 18.9 à 14)
Cada vez que julgamos outro cristão, o fazemos com uma postura de superioridade. Mesmo em tempos de plenitude espiritual, devemos nos deleitar na fraqueza, sabendo que toda força é oriunda da graça de Deus. A mansidão deve se tornar nossa forma de vida. Como Jesus, deve­mos nos alegrar quando nos tornamos "humildes de coração'. Como Jesus, seus discípulos eram humildes por escolha.

Qualquer um pode julgar, mas quem pode salvar?

Os hipócritas adoram julgar, o que gera neles um sentimento de su­perioridade. Mas isso não pode ocorrer com você, que deve sincera­mente buscar a humildade de coração. Muitos cristãos zelosos, porém orgulhosos não conseguiram alcançar a santidade por pensarem ter sido chamados para julgar os outros.
Jesus Cristo não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo. Qualquer pessoa pode julgar, mas será que pode salvar? Pode derra­mar sua vida em amor, intercessão e fé por quem está sendo julgado?
Para julgar alguém são necessários apenas um olho e uma mente carnais. Por outro lado, é necessária a fidelidade carinhosa de Cristo para redimir e salvar. Um ato de seu amor, revelado por meio de nós, aquece mais corações frios do que a soma de todas as nossas críticas arrogantes. Dessa maneira, cresça no amor, sobressaia-se na miseri­córdia, e você obterá um entendimento mais preciso da essência da santidade, que é a natureza do Deus de amor.
Alguém pode alegar: "Mas Jesus condenou o pecado". Sim, e nós também o condenamos. Entretanto, o pecado que devemos conde­nar primeiro é o pecado de julgar os outros, pois ele nos impede de discernir o pecado em nós mesmos! (Mt 7.5.) Entenda isto: jamais nos santificaremos criticando os outros, nem podemos nos aproximar de Deus descobrindo defeitos alheios!
Se formos honestos em perseguir nossa santificação, descobrire­mos cedo que não temos tempo para julgar. Na verdade, por termos necessidade de misericórdia, buscaremos avidamente a oportunidade de ser misericordiosos para com os outros.
Você ainda insiste em encontrar falhas? Cuidado, o padrão de Cristo para julgamentos é alto: "Se alguém de vocês estiver sem peca­do, seja o primeiro a atirar a pedra nela" (Jo 8.7). Efetivamente, clame contra a injustiça, mas seja motivado pelo amor de Jesus. Lem-bre-se de que está escrito: "Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores" (Rm 5.8). No reino de Deus, a menos que você esteja primeiramente comprometido a morrer pelas pessoas, não lhe será permitido julgá-las.
Também é importante perceber que os ouvidos que escutam fo­focas ou críticas são tão culpados quanto a boca que as diz. Não contribua com tal pecado. Em vez disso, impeça o discurso do que ofende e rogue-lhe para que interceda, tal qual Jesus, por aquela pes­soa ou situação. Seus ouvidos são santos! Não permita que eles con­cordem com o acusador de nossos irmãos (Ap 12.10.

Encontre Deus!
Há somente um fator que impede muitas igrejas
de prosperar espiritualmente: elas ainda
precisam encontrar Deus.

A SANTIDADE SE ORIGINA NA BUSCA PELA GLÓRIA DE DEUS

"Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procu­ram a glória que vem do Deus único?" (Jo 5.44).
Se ostentamos nossa espiritualidade para impressionar os homens, buscando honra e apa­rentando ser virtuosos, especiais ou "ungidos", poderemos sinceramente dizer que temos caminhado próximos do Deus vivo? Sabemos que estamos nos relacionando corretamente com Deus quando nosso an­seio por sua glória nos faz renunciar ao louvor dos homens.
Não se desvanece toda glória à luz da sua glória? Da mesma forma que Jesus contestou a legitimidade da fé dos fariseus, ele nos desafia: "Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros?".
Que débil conforto é o louvor proveniente dos homens! Sobre quão frágil alicerce, nós, mortais, construímos nossa felicidade! Ima­gine: em não mais que poucos dias após os licaônicos tentarem pres­tar culto a Paulo, eles se congratulavam mutuamente por terem-no apedrejado (At 14.11-19)!

Vejamos: não foi na mesma cidade em que músicas e louvores deram boas-vindas a Jesus como "Rei [...] humilde e montado num jumento" (Mt 21.5) que bradaram "Crucifi-ca-o!" menos de uma semana depois? (Lc 27.22) Buscar o louvor dos homens é ser lançado em um imenso mar de instabilidade!
Devemos nos perguntar qual é a glória que buscamos na vida: a nossa própria ou a de Deus? Jesus disse: "Aquele que fala por si mes­mo busca a sua própria glória"


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