"Quanto mais eu cresço em Deus, menor me
torno."
Allen Bond
"Aprendam
de mim, pois sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29).
Um homem santo é um homem humilde
A voz mais sagrada e poderosa que existiu descreveu a si
mesmo como "manso
e humilde de coração". Por que iniciar uma mensagem sobre
santidade com uma citação sobre humildade? Simplesmente porque a santidade
é produto da graça, e Deus dá graça somente aos humildes.
É vital entendermos que Jesus não condenou os pecadores; ele
condenou os hipócritas. O hipócrita é uma pessoa que perdoa o seu próprio
pecado, ao mesmo tempo em que condena os pecados dos outros. Ele não é
meramente "duas-caras", pois nem mesmo o melhor de nós pode se
policiar a todo o instante. O hipócrita, entretanto, é alguém que se recusa
a admitir que às vezes ele é falso, fingindo assim uma retidão que não consegue
viver.
Na verdade, o hipócrita não enxerga sua hipocrisia, uma vez
que não percebe falhas em si mesmo. Ele raramente lida de fato com a corrupção
em seu interior. Uma vez que não busca misericórdia, não tem misericórdia; e,
estando continuamente sob o juízo de Deus, juízo é tudo o que ele tem a
oferecer.
Não podemos permanecer hipócritas e, ao mesmo tempo, alcançar
a santidade. Logo, o primeiro passo que damos com sinceridade em direção à
santificação é admitir que não somos tão santos como gostaríamos de aparentar.
Este primeiro passo se chama humildade.
Em nosso desejo de conhecer a Deus, devemos compreender algo
sobre o Todo-Poderoso: ele se opõe ao orgulhoso, mas sua graça é derramada
sobre o humilde. A humildade traz graça sobre nossas necessidades e somente a
graça pode mudar nosso coração. Desse modo, a humildade é a infra-estrutura
da transformação. E a essência de todas as virtudes.
O Espírito Santo revela a nossa corrupção, não
para condenar-nos, mas para que haja humildade e o reconhecimento mais profundo
da necessidade individual que temos da graça de Deus. É nesta encruzilhada que surgem tanto os
homens santos como os hipócritas. Os que se tornam santos enxergam sua
necessidade e se prostram diante de Deus para a salvação. Os que se tornam
hipócritas são aqueles que, ao verem seu pecado, o perdoam e não se modificam.
Se não nos conscientizarmos
da depravação de nossa velha natureza, nos tornamos "fariseus
cristãos", hipócritas, cheios de desprezo e auto-estima. Nosso mestre não
nos advertiu sobre aqueles que "confiavam em sua própria justiça e
desprezavam os outros" (Lc 18.9 à 14)
Cada vez que julgamos outro cristão, o fazemos com uma
postura de superioridade. Mesmo em tempos de plenitude espiritual, devemos nos
deleitar na fraqueza, sabendo que toda força é oriunda da graça de Deus. A
mansidão deve se tornar nossa forma de vida. Como Jesus, devemos nos alegrar
quando nos tornamos "humildes de coração'. Como Jesus, seus
discípulos eram humildes por escolha.
Qualquer um pode julgar, mas quem pode salvar?
Os hipócritas adoram julgar, o que gera neles um sentimento
de superioridade. Mas isso não pode ocorrer com você, que deve sinceramente
buscar a humildade de coração. Muitos cristãos zelosos, porém orgulhosos não
conseguiram alcançar a santidade por pensarem ter sido chamados para julgar os
outros.
Jesus Cristo não veio para condenar o mundo, mas para
salvá-lo. Qualquer pessoa pode julgar, mas será que pode salvar? Pode derramar
sua vida em amor, intercessão e fé por quem está sendo julgado?
Para julgar alguém são necessários apenas um olho e uma mente
carnais. Por outro lado, é necessária a fidelidade carinhosa de Cristo para
redimir e salvar. Um ato de seu amor, revelado por meio de nós, aquece mais
corações frios do que a soma de todas as nossas críticas arrogantes. Dessa
maneira, cresça no amor, sobressaia-se na misericórdia, e você obterá um
entendimento mais preciso da essência da santidade, que é a natureza do Deus de
amor.
Alguém pode alegar: "Mas Jesus condenou o pecado".
Sim, e nós também o condenamos. Entretanto, o pecado que devemos condenar
primeiro é o pecado de julgar os outros, pois ele nos impede de discernir o
pecado em nós mesmos! (Mt 7.5.) Entenda isto: jamais nos santificaremos
criticando os outros, nem podemos nos aproximar de Deus descobrindo defeitos
alheios!
Se formos honestos em perseguir nossa santificação, descobriremos
cedo que não temos tempo para julgar. Na verdade, por termos necessidade de
misericórdia, buscaremos avidamente a oportunidade de ser misericordiosos para
com os outros.
Você ainda insiste em encontrar falhas? Cuidado, o padrão de
Cristo para julgamentos é alto: "Se alguém de
vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra nela"
(Jo 8.7). Efetivamente, clame contra a injustiça, mas seja motivado pelo amor
de Jesus. Lem-bre-se de que está escrito: "Cristo morreu em nosso favor quando
ainda éramos pecadores" (Rm 5.8). No reino de Deus, a menos que você
esteja primeiramente comprometido a morrer pelas pessoas, não lhe será
permitido julgá-las.
Também é importante perceber que os ouvidos que escutam fofocas
ou críticas são tão culpados quanto a boca que as diz. Não contribua com tal
pecado. Em vez disso, impeça o discurso do que ofende e rogue-lhe para que
interceda, tal qual Jesus, por aquela pessoa ou situação. Seus ouvidos são
santos! Não permita que eles concordem com o acusador de nossos irmãos (Ap
12.10.
Encontre Deus!
Há somente um fator que impede muitas igrejas
de prosperar espiritualmente: elas ainda
precisam encontrar Deus.
A SANTIDADE SE ORIGINA NA BUSCA PELA GLÓRIA DE DEUS
"Como vocês podem crer, se
aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus
único?" (Jo 5.44).
Se ostentamos nossa espiritualidade para impressionar os
homens, buscando honra e aparentando ser virtuosos, especiais ou
"ungidos", poderemos sinceramente dizer que temos caminhado próximos
do Deus vivo? Sabemos que estamos nos relacionando
corretamente com Deus quando nosso anseio por sua glória nos faz renunciar ao
louvor dos homens.
Não se desvanece toda glória à luz da sua glória? Da mesma
forma que Jesus contestou a legitimidade da fé dos fariseus, ele nos desafia: "Como
vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros?".
Que débil conforto é o
louvor proveniente dos homens! Sobre quão frágil alicerce, nós, mortais,
construímos nossa felicidade! Imagine: em não mais que poucos dias após os
licaônicos tentarem prestar culto a Paulo, eles se congratulavam mutuamente
por terem-no apedrejado (At 14.11-19)!
Vejamos: não foi na mesma cidade em que músicas e louvores
deram boas-vindas a Jesus como "Rei [...]
humilde e montado num jumento" (Mt 21.5) que bradaram "Crucifi-ca-o!" menos
de uma semana depois? (Lc 27.22) Buscar o louvor dos homens é ser
lançado em um imenso mar de instabilidade!
Devemos nos perguntar qual é a glória que
buscamos na vida: a nossa própria ou a de Deus? Jesus disse: "Aquele que fala por si mesmo busca a sua
própria glória"
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