bons ensinamentos que merecem nossa atenção, que dizem: "Aqui está uma verdade".
Entretanto, à medida que servia ao Senhor nestes últimos anos, ele me levou a buscar por duas coisas, e somente por duas coisas: conhecer o coração de Deus em Cristo e
conhecer meu próprio coração à luz de Cristo.
MARCOS 6.31–41.
Conhecendo o coração de Deus
Tenho buscado a Deus.
Tenho procurado conhecer a ele e à profundidade de seu amor pelo seu povo.
Quero conhecer o coração de Cristo e a compaixão que o move.
As Escrituras são claras: Jesus amou as pessoas.
O evangelho de Marcos nos diz que, após ele ter ensinado e curado as multidões, as pessoas tiveram fome. Em sua compaixão, Cristo as viu como "ovelhas sem pastor" (Mc 6.34).
Não foi suficiente para ele ensiná-las e curá-las; ele tomou conta pessoalmente de cada uma delas. Seu bem-estar físico, mesmo em relação à sua alimentação, era importante para ele. Um jovem com cinco pães e dois peixes foi o suficiente para que Jesus operasse outro milagre, realizado por meio da vontade de Cristo, apesar de seu corpo esgotado. Veja: Cristo retirou-se com seus discípulos para descansar, e "havia muita gente indo e vindo, ao ponto de eles não terem tempo para comer" (Mc 6.31).
Imagine: Jesus em pessoa havia se retirado para orar e se fortalecer. João Batista, o anunciador de Jesus, no entanto, fora decapitado no início daquela mesma semana, pelas mãos de Herodes. Foi em um estado de desgaste físico e emocional que Jesus alimentou as multidões; não uma ou duas vezes, mas repetidamente "entregou-os [o pão e o peixe] aos seus discípulos para que os servissem ao povo" (Mc 6.41).
Milhares de homens, mulheres e crianças "comeram e ficaram satisfeitos" (v. 42)! O milagre foi para eles, mas não lemos sobre nenhum milagre o sustentando, com exceção do maravilhoso milagre de um amor santo que continuamente erguia suas mãos cansadas com mais pão e mais peixe. Embora aumentasse a sua fraqueza, ele distribuía continuamente para que outros pudessem ser renovados!
Jesus ama as pessoas — todas as pessoas. Especialmente as que a sociedade ignora. Portanto, devo saber exatamente quão distante ele caminharia em favor dos homens, pois esta é a mesma distância que ele percorreria novamente para chegar até mim! Devo conhecer seus pensamentos a respeito de enfermidade, de miséria e do sofrimento humano! Como servo, sou inútil para ele a menos que conheça estas coisas. Se desejo realmente fazer sua vontade, devo verdadeiramente conhecer seu coração. Por isso, em todos os meus estudos e momentos de oração, tenho buscado mais do que apenas conhecimento; tenho procurado o coração de Deus.(Salmos 25:14.)
Deus quer se revelar a nós. Entretanto, Ele só irá contar os segredos do Seu coração para quem é íntimo dEle. Normalmente, não expomos os segredos do nosso coração e nem os detalhes da nossa vida para qualquer pessoa.
Assim é Deus; quando não somos íntimos dEle, Ele não se revela a nós. Mas quando cultivamos uma intimidade com Ele, entendemos e aprendemos o que está no Seu coração. Deus quer pessoas que sejam íntimas para que Ele possa manifestar a Sua glória.
Existe uma diferença entre ser familiarizado e ser íntimo. Por exemplo, o familiarizado não conhece os detalhes da nossa vida, mas para ser íntimo é preciso aprender a desfrutar da companhia do outro, é uma caminhada, são muitas refeições juntos.
Conhecendo nosso coração
Não podemos nem mesmo encontrar o monte do Senhor, quanto mais subir a ele, se tivermos engano em nosso coração. Como alguém pode servir no lugar santo de Deus se sua alma estiver suja?
Somente quem possui um coração puro percebe a Deus. Subir em direção a Deus é caminhar na fornalha da verdade, onde o engano é retirado de nossa alma. Para permanecer no lugar santo, precisamos habitar na honestidade, mesmo que uma mentira pareça um meio de escape. Cada passo avante no monte de Deus é um impulso em nossa vida para uma maior transparência, uma visão mais clara dos propósitos de nosso coração.
Este é o chamado proveniente de Deus que nós buscamos. Contudo, nossa alma está oculta, encolhida no medo e nas trevas, vivendo em um mundo de mentiras e ilusões. Este é nosso homem interior, a alma que Deus procura salvar. Você o tem visto? Tem visto seu eu interior que somente a verdade pode libertar?
Em todas as partes os homens supõem conhecer a "verdade", mas não possuem nem santidade nem poder em sua vida. A verdade deve se tornar mais do que uma doutrina histórica; deve ser mais do que um museu de artefatos religiosos, lembranças de um tempo em que Deus se moveu. Verdade é conhecer o coração de Deus revelado em Cristo, e nosso próprio coração à luz da graça de Deus.
Como membros da raça humana, somos envoltos pela ignorância. Mal conhecemos o mundo que nos rodeia, quanto mais nosso próprio coração. Sem percebermos, à medida que buscamos o coração de Deus, também buscamos o nosso. Pois é somente ao encontrá-lo que descobrimos a nós mesmos, porque estamos "nele".
Precisamos fazer a oração do rei Davi: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" (Sl 139.23,24).
Vamos tirar a maquiagem de nossa alma e encarar a realidade de nosso coração. Sei que Deus nos criou eternamente plenos e perfeitos em Cristo. Eu acredito nisso. Mas nos três primeiros capítulos do Apocalipse de João, Jesus não disse que as igrejas eram "perfeitas aos seus olhos". Não! Ele revelou o coração delas e mencionou os seus pecados. Sem concessões, ele identificou as necessidades a serem superadas por elas, cada uma em sua particular e difícil circunstância.
Como elas, precisamos conhecer nossa necessidade. E, como elas, as vidas que queremos ver salvas habitam aqui, ou seja, em um sistema mundial estruturado sobre mentiras, ilusões e corrupção desenfreada.
Quanto à natureza do homem, o profeta Jeremias escreveu: "O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?" (Jr 17.9). Ao citar outra das orações de Davi, um clamor semelhante é ouvido: "Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço! Também guarda o teu servo dos pecados intencionais; que eles não me dominem! Então serei íntegro, inocente de grande transgressão" (Sl 19.12,13).
Pode haver erros dentro de nós que estão efetivamente nos dominando sem que tenhamos consciência disso. Percebemos, por exemplo, quantas de nossas ações são guiadas exclusivamente pela vaidade e pelo desejo de sermos aceitos pelos outros?
Sem o Espírito Santo, ficamos sem defesa contra a tendência inata para nos auto-enganarmos!
Dessa forma, se desejamos ser santos, devemos primeiramente renunciar à mentira. A luz da graça de Deus, quando justificados pela fé e lavados no sangue do sacrifício de Jesus, não precisamos fingir que somos pessoas virtuosas.
Precisamos apenas nos tornar sinceros.
I JOÃO 1:6–9.
Não há condenação por sermos íntegros de coração; não há nenhuma. Temos apenas que nos arrepender e confessar nossos pecados para que eles sejam perdoados e limpos. Temos tão somente que amar e abraçar a verdade para sermos libertos do pecado e do auto-engano. Precisamos conhecer duas coisas, e somente duas: o coração de Deus em Cristo e nosso próprio coração à luz de Cristo.
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