segunda-feira, 25 de julho de 2016

RECEBENDO PODER PARA TESTEMUNHAR


RECEBENDO PODER PARA TESTEMUNHAR

 

         Muitos cristãos procuram atalhos para o poder de Deus. Tentar utilizar atalhos é tornar-se, na melhor das hipóteses, frustrado; na pior, um falso mestre ou profeta. Escute atentamente: há enorme poder para nós em Deus, mas não sem santidade. A santidade precede o poder.

 

Quando João Batista encontrou Jesus

 

Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João. João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: "Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim"? Respondeu Jesus: "Deixe assim por en­quanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça". E João concordou. Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naque­le momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: "Este é o meu Filho amado, em quem me agrado" (Mt 3.13-17).

 

Vamos entender este profeta, João Batista. De acordo com as Escrituras, João era cheio do Espírito Santo "desde antes do seu nascimento" (Lc 1.15-17). Também foi dito que sua vinda seria no espírito e no poder de Elias. Historiadores dizem que o pene­trante e intransigente ministério de João levou mais de um mi­lhão de pessoas ao arrependimento.

Enormes multidões deixavam suas cidades e seus povoados em direção ao deserto para ouvir o profeta e ser batizados para arrependimento, na preparação para o Reino de Deus.

         Somente Jesus conhecia o estado arruinado do coração humano com mais exatidão do que João. Nenhum tipo de pessoa escapava do julgamento de João Batista: soldados e reis, pecadores e líderes religi­osos eram todos trazidos para o "vale da decisão". O batismo de João era mais do que uma simples imersão em água. Ele exigia uma con­fissão pública dos pecados, bem como produzia a virtude (Mt 3.6,8. 6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.   

7 Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?   

8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento,).

         Jesus testificou que João era "mais que um profeta". Ele disse que, entre aqueles nascidos de mulher, "não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11.9-11). João era um "profeta vidente", o que signi­fica que ele tinha uma clara visão do reino espiritual. Ele testificou di­zendo: "Eu vi o Espírito descer dos céus como pomba" (Jo 1.32). Ele viu a "ira que se aproxima" (Mt 3.7). Ele testemunhou "o Reino dos céus" (Mt 3.2). A João foram revelados os segredos do coração do ho­mem. Sua visão penetrou o verniz dos fariseus de boa fama; em suas almas ele viu uma "raça de víboras" (Mt 3.7). Entenda algo sobre os profetas: eles estão cientes de coisas que ainda estão ocultas aos homens.

         Mas quando Jesus veio para ser batizado, antes que os céus se abrissem e o Espírito Santo descesse, João viu algo que era impressio­nante mesmo para seu padrão de virtude. Ele contemplou o coração de Jesus e não viu nenhum pecado, nenhuma mentira, nenhuma luxú­ria. João viu um tal nível de santidade que, sem saber que estava contemplando o Messias, expressou-se maravilhado: "Eu preciso ser batizado por ti" (Mt 3.14).

         Jesus, como o "Cordeiro de Deus" (Jo 1.35,36. 35 No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos   

36 e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus!), era sem mancha alguma. Isto é exatamente o que o profeta contemplou em Jesus: imaculada pureza de coração. A virtude de Cristo tirou o fôlego de João!

A poderosa emanação daquela pureza interna conscientizou João de suas necessidades de forma imediata. Quando João viu Jesus ele desco­briu um nível de virtude que era maior e mais puro que o dele próprio. Este grande profeta olhou dentro do coração de Jesus, e no esplendor da santidade de Cristo clamou: "Eu preciso" (Mt 3.14).

         E assim é conosco. Cada vez que vemos Jesus, cada sucessiva revelação da sua pureza torna a nossa necessidade mais evidente. À medida que a santidade de Cristo surge perante nós, não podemos evitar repe­tir o mesmo clamor de João Batista: "Eu preciso ser batizado por ti!".

         Contudo, no início da nossa caminhada, abraçamos a vida com nossas próprias forças, confiando em nossas próprias habilidades para alcançarmos sucesso e realização. Sim, nós nos voltamos para Deus, mas principalmente em tempos de sofrimento ou provação. Mas, conforme o Senhor vai nos dando maturidade, o que uma vez consideramos força descobrimos na prática ser mais ilusório, e con­sequentemente uma fraqueza mais perigosa.

Nosso orgulho e autoconfiança nos mantêm afastados do auxílio de Deus; o clamor de nossas muitas ideias e desejos afogam o sussurro da baixa voz do Senhor. De fato, perante os olhos de Deus o mais bem-sucedido dos homens é ainda "miserável, indigno de compaixão, pobre, cego e nu" (Ap 3.17).

         Com o tempo, descobrimos que toda verdadeira força, toda ver­dadeira eficácia — sim, mesmo nossa própria santidade — se inicia com a descoberta da nossa necessidade. Nosso desenvolvimento é mais fraco, tornamo-nos menos confiantes em nossas habilidades. A medida que a casca exterior de superioridade espiritual se esfarela, o próprio Jesus se torna a resposta de Deus a todo homem que clama por santidade e poder em sua caminhada.

         Nós podemos achar que temos dons espirituais, podemos pre­sumir que somos santos, podemos exultar com sucessos humanos; mas até que tenhamos visto a Cristo e abandonado a confiança em nossa altivez espiritual, tudo que poderemos ter, na melhor das hipóteses, é religião.

         Sim, vamos agarrar esta verdade com as duas mãos, sem jamais a deixarmos escapar! O próprio Jesus é nossa fonte de santidade! Somos bastante ávidos de fazer algo por ele, contanto que não tenhamos de mudar por dentro! Deus não precisa do que podemos fazer, ele quer o que nós somos. Ele quer nos fazer povo santo.

Não fiquemos ansiosos neste processo. Vamos permitir que ele faça o profundo trabalho interno de preparação. Jesus viveu trinta anos de forma pura e sem pecado, antes que realizasse um ato de poder! Seu objetivo não era fazer algum grande trabalho, mas agradar o Senhor com uma vida santa!

 

 

         O objetivo igualmente não é nos tornarmos podero­sos, mas sim santos na presença de Cristo. Deus prometeu derramar poder sobre aqueles que ele tornasse santos primeiramente. Você quer que seu cristianismo seja eficiente? Então busque a Jesus como seu padrão e fonte de santidade. Você quer ver o poder de Deus em sua vida? Então procure conhecer a pureza do coração de Cristo. Se va­mos nos tornar o povo a quem Deus chamou seu, devemos crescer em santidade. Um cristão maduro será tão santo quanto cheio de poder, porém a santidade precede o poder.

 

 

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